Apesar de já ser considerada a data mais importante do comércio eletrônico do Brasil, a Black Friday ainda é vista com certa desconfiança por uma parte dos consumidores. Muito disso, segundo economistas, se deve ao fato da data ainda não ser totalmente madura e consolidada como nos EUA, por exemplo. Mas, afinal de contas, o que ainda torna a Black Friday dos EUA diferente da que ocorre no Brasil?
Black Friday nos EUA
Criada nos Estados Unidos, em 2001, como uma ideia do varejo para atrair clientes após o dia de Ação de Graças, maior feriado norte-americano, no qual o movimento das lojas costumava cair de forma significativa, a Black Friday não demorou para se tornar o principal dia de vendas do varejo dos EUA.
Justamente por ter nascido nos EUA, especialistas acreditam que a Black Friday é, inclusive, um traço cultural daquele país, e que por isso pode ser considerada uma sazonalidade madura e consolidada, diferente do que acontece no Brasil, onde a Black Friday é mais jovem e ainda está neste processo.
“Outro ponto importante é o fato da Black Friday dos EUA ter nascido em lojas físicas, até porque naquela época ainda não havia e-commerce. As pessoas usavam a data, inclusive, para antecipar compras de Natal”, diz Rafael Lourenço, vice-presidente da ClearSale EUA.
Vale lembrar que as compras da Black Friday no Brasil costumam ser mais pessoais, e não para presentear outras pessoas, o que é uma característica forte das compras de Natal.
Ainda hoje, os consumidores norte-americanos encontram muitos descontos em lojas físicas, enquanto as maiores promoções da Black Friday brasileira estão concentradas no varejo eletrônico.
Black Friday no Brasil
A Black Friday chegou ao Brasil em 2010, com participação de algumas lojas do comércio eletrônico, para depois ganhar o interesse de praticamente todo o e-commerce. Nos últimos anos, inclusive, já foi possível ver muitas lojas físicas aderindo à data especial.
Além de ser relativamente nova, a Black Friday do Brasil tem de lutar ano a ano contra a desconfiança do consumidor, que por diversas vezes viu lojistas errarem na estratégia ao oferecer descontos irrelevantes e, em alguns casos, até enganosos.
Dados mostram que 38% das pessoas que optam por não comprar tomam essa decisão por não acreditar no desconto oferecido, enquanto 40% das pessoas têm medo de fraudes online.
Portanto, se você é varejistas, deixar claro para o cliente que sua loja é confiável e segura é fundamental.
Cenário promissor
Vale ressaltar, no entanto, que este cenário de desconfiança já é bem menor do que anos anteriores. Hoje, a Black Friday representa uma data de grande interesse para o varejo, com descontos reais e ótimas oportunidades para o consumidor final.
Segundo dados da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), na Black Friday do Brasil, em 2018, são esperados R$ 2,87 bilhões em vendas, divididas em 8,8 milhões de pedidos. Ainda de acordo com projeções da associação, o tíquete médio deve ficar em cerca R$ 326.
Dados em tempo real
A ClearSale desenvolveu um hotsite para divulgar, em tempo real, as principais informações sobre a Black Friday 2018. O site entra em funcionamento no dia 23 de novembro às 00:00 (madrugada de quinta para sexta-feira) e o acesso é livre por meio do endereço br.clear.sale/blackfriday2018.
Com mais de 85% das lojas virtuais do país em sua base de dados, a ClearSale irá monitorar e disponibilizar dados referentes à quantidade de vendas em reais, quantidade de pedidos realizados, vendas realizadas pelo celular e principais categorias em valor de pedido, entre outras.
“Nosso objetivo é munir os varejistas e empreendedores de informações que possam ajuda-los a entender melhor o comportamento dos consumidores na data e a se preparar para os próximos anos”, afirma Omar Jarouche, gerente de Inteligência Estatística da ClearSale.