No Fintouch 22, o maior evento focado em fintechs do país, a ClearSale marcou presença no painel “Embedded Finance: oportunidades de crédito”, com a participação de Marcelo Queiroz, head de Estratégia de Mercado. Também integraram o debate: Alex Franco, do Serasa, Fabiano Ferreira, da Baptista Luz Advogados e Luana Soratto, do Open Finance Brasil.
Moderado por Renan Schaefer, da ABFintechs, o debate, que aconteceu na trilha de Negócios e Internacionalização, iniciou com cada um dando sua definição sobre embedded fiance. Fabiano comentou que, com esse modelo, produtos e serviços financeiros podem ser vendidos por empresas que não nasceram neste segmento, como lojas, por exemplo.
Em seguida, Alex disse que isso é colocar o cliente no centro. Não é sob a ótica de dentro para fora e sim do cliente para dentro da empresa. Luana ressaltou que é necessário ter serviços bancários em outros lugares, não apenas no banco. Por fim, o head de Estratégia da ClearSale deu sua definição.
“Eu traduziria o movimento do Embedded Finance como a segunda grande jornada de digitalização da sociedade. Digitalização não é apenas fazer uma compra online, mas sim implementar um sistema financeiro, fluído, seguro e com ótima experiência”, afirma Queiroz.
O assunto seguinte foi sobre os riscos que estão envolvidos em Embedded Finance. Alex comentou que no último ano houve um grande aumento na inadimplência no Brasil e disse que é importante pensar na fluidez, mas também se preocupar com a segurança. Para ele, um dos grandes riscos é não se atentar aos fundamentos, de dar crédito sustentável para a carteira crescer em um ritmo adequado.
Já Queiroz disse que na ClearSale acredita-se muito em frictionless e experiência do cliente. Na prática, isso significa que todos os players operam em cima de risco, mas precisam se preocupar com a experiência. É preciso entregar a fricção necessária com uma análise de risco adequada, aplicada para cada contexto específico. “Se eu quero entregar uma experiência de embeded finance, ela precisa ser tão fluida quanto fazer uma compra no e-commerce, por exemplo.”, explicou.
Queiroz ainda disse que, na concessão de crédito, é preciso ter uma análise diferenciada, senão o player não vai saber ler os dados de um público novo. “O grande problema hoje é o crédito, ter concessão de crédito para que as pessoas possam transacionar. Se você usar os veículos tradicionais de análise, não vai conhecer os públicos novos, por isso a importância de conhecer o comportamento de consumo, como o que é oferecido pela solução da ClearSale”, complementa Queiroz.
Fabiano trouxe o aspecto do risco sob a ótica de direito do consumidor e contratual. Quando se fala sob ótica do consumidor, temos que falar que se trata de serviços financeiros regulados pelo Banco Central.
Ele cita que é preciso ter cuidado com a correta elaboração de termos de uso, por exemplo. Trata-se de um mercado fortemente regulado, o que exige uma atenção importante, especialmente se você tem players que são novos entrantes na comercialização de produtos financeiros.
Posteriormente, Luana apresentou um exemplo do uso de PJ no segmento. Segundo ela, no Open Finance, estão tentando melhorar a jornada para empresas. Principalmente empreendedores menores, que acabam usando o giro do banco, que não é o melhor crédito naquele momento. O embedded finance permite que ofertas mais assertivas sejam direcionadas para que o empreendedor possa ter a melhor opção.
Para Queiroz o Open Finance é um habilitador, que propicia alavancar o embedded finance, a partir do momento que vários players podem aproveitar eliminando a assimetria de dados. Assim, conseguem acessar dados específicos e entregar serviços personalizados.
Pensando em viabilizar, é a capacidade de entregar serviços para determinados públicos.
Exemplificando, o executivo da ClearSale deu falou sobre o BNPL, que é um case de embedded finance: se bem aplicado, no momento do fluxo de pagamento é possível identificar o cliente usando não apenas os seus dados, porque ele opera usando vários outros serviços.
Se no mundo digital você precisa entregar crédito, é necessário ser rápido. Se demorar 30 segundos, por exemplo, no meio digital, o cliente pode abandonar e ir para outro player. É preciso de uma análise de risco rápida, que entregue um diagnóstico do ecossistema como um todo para disponibilizar o crédito.
Na sequência, Luana disse que vislumbra um futuro diferente, que em vez do cliente buscar crédito com o banco, o banco busque o usuário oferecendo produtos aderentes às necessidades dele.
Por fim, Queiroz disse que o pulo do gato é quem conseguir fazer a melhor análise para entregar a personalização do serviço financeiro, da taxa de juros.