O segundo dia do RD Summit trouxe reflexões profundas sobre o papel da autenticidade e a necessidade de uma abordagem mais humana no marketing. Dos novos desafios do mercado ao poder da narrativa, os palestrantes inspiraram com temas que nos fizeram repensar o verdadeiro papel das marcas na vida dos consumidores.
Rafaela Lotto, CEO da YouPix, trouxe uma análise profunda sobre o conteúdo gerado pelo usuário (UGC) e seu papel essencial no marketing digital atual. Ela destacou que o UGC é uma forma econômica de gerar retorno sobre investimento (ROI), ao mesmo tempo em que conecta marcas e consumidores de maneira íntima e natural.
Criadores de conteúdo com até 34 anos, por exemplo, dedicam poucas horas semanais para criar vídeos que custam cerca de R$ 300 a R$ 400, mas que têm alto impacto pela criatividade e pela habilidade de engajar comunidades. Lotto reforçou que a sobrevivência das marcas depende da sua capacidade de adaptação às mudanças, já que o público valoriza cada vez mais o conteúdo autêntico.
Luciano Potter e Guta Tolmasquim trouxeram a narrativa como elemento transformador no marketing. Potter explicou que contar histórias autênticas é uma forma poderosa de criar conexão, pois diferentes tipos de conversas – sobre o que algo é, quem somos e o que sentimos – nos ajudam a alinhar nossos pensamentos e construir laços duradouros.
Guta complementou essa visão, afirmando que o branding bem-sucedido se constrói por meio de memórias emocionais de longo prazo. Ela ressaltou que campanhas de branding são atalhos para criar vínculo emocional e são tão importantes quanto métricas de performance, especialmente em um mercado onde o digital pode saturar rapidamente.
Enquanto o branding constrói relacionamentos de longo prazo, a performance atende às necessidades imediatas do consumidor. Guta Tolmasquim defendeu que ambas as abordagens precisam estar alinhadas, pois branding sem conexão com o produto perde autenticidade, e performance sem empatia com o público perde valor. No cenário atual, onde campanhas digitais estão mais caras e concorridas, Guta destacou que o branding é fundamental para criar uma memória emocional que mantém a marca viva na mente dos consumidores.
Dado Schneider apresentou uma visão provocativa sobre o futuro do trabalho, abordando a convivência entre gerações e o impacto das transformações culturais e tecnológicas. Ele destacou que o modelo de trabalho do século XX era vertical, enquanto o do século XXI é horizontal, o que exige mais colaboração e empatia entre as gerações.
Até 2030, teremos sete gerações no mercado, desde a geração silenciosa até a geração Alpha, que nasceu após o surgimento dos smartphones. Esse cenário desafia as empresas a entenderem não só a tecnologia, mas também as diferentes mentalidades, promovendo um ambiente de inclusão e compartilhamento.
João Branco trouxe uma perspectiva que ecoou ao longo do evento: o marketing mais eficaz é aquele que realmente se importa com o cliente. Ele defendeu que as marcas devem focar menos nos concorrentes e mais em entender o consumidor de forma profunda.
Branco fez uma reflexão interessante ao afirmar que, quanto mais uma empresa olha para seus concorrentes, mais parecida com eles tende a se tornar, perdendo sua autenticidade. Para ele, o caminho para se diferenciar é colocar o consumidor no centro das decisões e entregar um produto que realmente atenda às suas necessidades. Em tempos de competitividade intensa, o cuidado genuíno com o cliente é o que diferencia marcas no mercado.
Silvia Belluzzo apresentou o TikTok como um exemplo de plataforma que favorece a conexão entre marcas e consumidores por meio do entretenimento. Na visão dela, o TikTok permite que qualquer pessoa se torne criadora de conteúdo, rompendo bolhas e promovendo uma experiência autêntica. O foco na construção de comunidades fortalece a lealdade dos consumidores e aumenta as chances de conversão. A plataforma traz uma nova perspectiva para o futuro do marketing de conteúdo: um ambiente em que a autenticidade e a conexão pessoal são mais valorizadas do que nunca.
Fechando o dia, Juliette compartilhou sua história de vida e mostrou que autoconfiança e vulnerabilidade são ativos poderosos. Ela falou sobre o poder da autenticidade, explicando que seu sucesso foi construído ao traduzir sua trajetória em uma marca e em um relacionamento genuíno com o público.
Para Juliette, confiança e conexão são o que realmente criam vínculos duradouros. Em suas palavras, não existem fórmulas prontas para o sucesso; o caminho é entender os próprios valores e construir uma marca baseada em quem você é de verdade.
O segundo dia do RD Summit evidenciou que o futuro do marketing passa pela criação de uma conexão humana genuína. As marcas que prosperarem serão aquelas que souberem equilibrar a autenticidade do branding com a eficácia da performance, adaptando-se a um mundo de mudanças rápidas e focando no que realmente importa: o relacionamento com o consumidor.
Esse é um convite para que as marcas sejam menos perfeitas e mais autênticas, construindo histórias que não só geram conversão, mas que também criam um impacto duradouro.