As criptomoedas estão cada vez mais presentes no setor financeiro de diversos países, inclusive no Brasil, como mostra uma pesquisa divulgada pela corretora de criptomoedas OKX. Segundo os dados divulgados, 78% dos brasileiros veem as criptomoedas como o “futuro das finanças”.
O crescente interesse vem acompanhado de uma necessidade de regulamentação, como mostra um levantamento da Consensys. De acordo com essa pesquisa, 48% dos brasileiros acreditam que o setor de criptomoedas deve ser regulado.
Essa regulamentação já existe no Brasil, e o Banco Central do Brasil está entrando ainda mais nesse mercado com a criação do Drex, também conhecido como o Real Digital.
O Drex é a representação digital do real, que tem o mesmo valor e mesma aceitação do real tradicional. Ele será regulado pelo Banco Central e emitido somente em sua plataforma oficial, um ambiente em desenvolvimento que usa a tecnologia de registro distribuído (DLT).
O acesso a plataforma Drex só será possível por intermédio de uma instituição autorizada, como um banco ou outra instituição cadastrada. O Real Digital ainda está em fase piloto, e recentemente foi anunciada uma segunda fase de testes durante 2025.
O objetivo do projeto é fornecer uma forma de pagamento tokenizado de confiança, com transações mais rápidas, simples e custos reduzidos, com uma infraestrutura integrada com ativos financeiros, democratizando o acesso aos serviços financeiros e aos benefícios da economia digital.
O nome Drex vem da combinação das letras “D” e “R”, que fazem referência ao Real Digital, “E” que remete ao eletrônico e “X” que está associado à ideia de conexão e tecnologia.
Para saber mais detalhes sobre o Real Digital, confira esses conteúdos:
Fonte: Reprodução/ Banco Central do Brasil
O projeto do Drex foi anunciado em março de 2023, e desde então tem passado por diversos aprimoramentos, adicionando novas funcionalidades para a plataforma. Os avanços mais recentes que estão sendo testados na plataforma são a interoperabilidade entre instituições financeiras e a transferência de títulos públicos federais no mercado secundário.
A primeira funcionalidade que está em fase de testes é a interoperabilidade entre instituições financeiras diferentes. Isso significa que as empresas envolvidas na concepção do Real Digital estão testando como funcionarão os processos de transferência de dinheiro e ativos entre duas instituições financeiras diferentes.
A segunda funcionalidade que está sendo testada e pode abrir um novo leque de possibilidades no mercado financeiro é a transferência de títulos públicos no mercado secundário.
Atualmente, só é possível vender os títulos públicos que você comprou para o próprio Tesouro Nacional, que irá revender posteriormente. Mas o Drex está fazendo testes para que exista um mercado secundário, onde será possível vender títulos públicos para outra pessoa física, dispensando a necessidade de uma recompra por parte do Tesouro Nacional.
Esses testes estão acontecendo através de simulações dentro da plataforma, e, quando forem lançados, podem facilitar muito a movimentação de ativos financeiros, democratizando a entrada no mercado financeiro.
Com a ampliação para a segunda fase do piloto os testes estarão focados em:
Governança: smart contracts, ativos e modelos de negócio.
Privacidade: requisitos de outros modelos de negócio.
Além disso, terão novos convidados participantes para os testes em 2025.
A Clearsale participa de um dos consórcios escolhidos pelo Banco Central, o Drex - liderado pela Tecban e com membros como Banco da Amazônia, Tecban, CPQD e outros. Ela foi escolhida em maio de 2023, em conjunto com outros grupos do Piloto Drex, entre elas o Bradesco, o Nubank, o Santander, e muitas outras.
Por não ser um banco, como muitas das instituições escolhidas pelo Banco Central, o Drex não terá um impacto direto no modelo de negócio atual da ClearSale, mas a empresa está trabalhando desde o início do projeto na implementação e validação de conceitos ligados à privacidade, segurança, disponibilidade de dados pré-validados e validações de dados automáticas dentro de contratos inteligentes da plataforma.
“Considero que a segurança e a privacidade dos dados devem ser sempre um dos pontos cruciais nas discussões sobre o tema, porque falamos da legitimidade, disponibilidade e transparência”, explica Marcelo Queiroz, head de estratégia e novos negócios da ClearSale, em entrevista ao Meio&Mensagem.
“A ClearSale será um dos players que oferece soluções específicas para o modelo, para garantir o controle de segurança e privacidade do Drex”, finaliza Queiroz.
Confira mais detalhes da participação da ClearSale na criação do Real Digital.