29/05/2019 • 4 min. de leitura

Formação de Cientistas de Dados precisa ultrapassar barreira do mundo acadêmico

Universidades e empresas precisam unir forças para preparar e motivar estudantes

Na segunda quinzena de maio, tivemos a oportunidade de falar sobre nossas carreiras e rotinas na ClearSale para estudantes da Unesp de Presidente Prudente, no Data Revolution, um evento idealizado e organizado pela cientista de dados Adriana Silva, ex-aluna da instituição e que pretende levar a iniciativa para outras universidades. Rann Chen, analista da área de Analytics da ClearSale que também assina este artigo, contribuiu ativamente com a concepção do evento, de 4 dias de duração. Com apoio da ClearSale, nos enche de orgulho contribuir para a lapidação dos estudantes dessa área de conhecimento para o mercado de trabalho.

A ideia é fazer com que universitários fiquem mais próximos da realidade das empresas e, a partir disso, possam desenvolver o pensamento analítico e a motivação para atuar com protagonismo nas organizações.

Vale lembrar que apenas 20% das cerca de 3 mil vagas existentes hoje no Brasil nos segmentos de Big Data, Machine Learning e Internet das Coisas são preenchidas pelas empresas, deixando uma lacuna de oportunidades que precisa de pessoas capacitadas e desenvolvidas desde os primeiros anos de universidade.  Nos EUA, este dado é ainda mais expressivo. Estima-se que existem, hoje, cerca de 151 mil posições abertas para Cientistas de Dados, mas com um número de candidatos qualificados muito abaixo do necessário para preenchê-las.

É verdade que parte da escassez se deve ao aumento da demanda, pois as empresas têm investido, cada vez mais, em soluções de inteligência artificial em diversas áreas, como segurança, marketing, desenvolvimento de produtos e outras operações. Por outro lado, apesar de um cenário claramente promissor, ainda é fácil identificar que a rotina acadêmica, de maneira geral, muitas vezes não aproxima os estudantes da realidade que enfrentam quando encerram o ciclo estudantil e ingressam no mercado de trabalho, o que é uma falha importante no processo de formação atual. Neste sentido, fica um agradecimento especial para os professores Aparecida Donizete Pires de Souza e Mario Tarumoto, da instituição, e também ao Jonathan Batista Ferreira, que apoiaram integralmente o Data Revolution.

As empresas precisam de profissionais com experiência, pensar analítico, habilidade de comunicação e curiosidade, além de outras características técnicas. Uma forma que se mostrou efetiva para se desenvolver um profissional nessas dimensões foi inserindo-o em situações reais do cotidiano, coisa que não se vê com frequência nos cursos espalhados pelo Brasil hoje em dia.

Por isso, iniciativas como o Data Revolution são essenciais, inclusive para mapear com precisão as questões que incomodam os estudantes de Ciências de Dados atualmente. Não é preciso falar com muitos deles para perceber que o mundo acadêmico tem, não raras as vezes, um papel desmotivador, fazendo com que alunos se sintam distantes do mercado de trabalho e imaginem que sofrerão para encontrar oportunidades que lhes tragam satisfação pessoal e profissional. Muitos desistem de cursos de Estatística sem ter noção do que os esperaria pela frente - um universo dinâmico e na crista da onda da inovação. É uma evasão perfeitamente evitável.

Como presidente e analista da ClearSale, respectivamente, uma empresa que tem no processo de captação, estruturação e processamento de dados um de seus principais pilares de atuação, cremos que é quase uma obrigação apoiar iniciativas que diminuam a distância entre as universidades e o mercado de trabalho. A atividade analítica é fundamental e diferencial no mundo corporativo e isto tem que ser levado para a universidade. Parabéns à Adriana, que fez disso a missão da sua vida.

Além da evidente importância, fazer com que os alunos se soltem, participem, pratiquem, exponham ideias, entendam a dinâmica de trabalho, os desafios reais e, principalmente, sintam-se parte do grupo de profissionais disponíveis no mercado é uma missão recompensadora, na nossa visão.

No core business da ClearSale, por exemplo, a Ciência de Dados é absolutamente fundamental em um trabalho contínuo de desenvolvimento e melhoria de tecnologias e modelos estatísticos. Contar com profissionais capazes de tornar os dados mais legíveis pode ser a diferença entre ter, ou não, eficiência suficiente para a escalabilidade do negócio.

Por fim, queremos ressaltar que a ClearSale está de portas abertas para receber estudantes que queiram saber mais sobre a nossa rotina dentro das áreas relacionadas à Ciência de Dados e à Tecnologia da Informação, pois participar do processo de formação das pessoas é parte basal do nosso compromisso de gerar cada vez mais confiança nas relações de mercado.

Dr. Bernardo Lustosa e Rann Chen

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Escrito por

Sócio e presidente da ClearSale, Dr. Bernardo Lustosa tem diploma em Estatística pela Unicamp e mestrado em Economia Empresarial com foco em Finanças pela UCB-DF, além de doutorado em Administração de Empresas pela FGV-SP. Bernardo também é empreendedor de destaque da Endeavor, investidor anjo e empresário certificado pela universidade de Stanford, nos EUA, após concluir o Stanford Executive Program 2019.

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