10 de março de 2018, Austin, Texas. Elon Musk aparece de surpresa no palco principal SXSW, o South by Southwest, a edição anual do mais “hypado” festival de inovação do mundo. Durante pouco mais de uma hora, fala de forma eloquente sobre alguns de seus planos mais controversos. A SpaceX, sua empresa de foguetes, realmente pode nos levar para Marte? Será possível colonizarmos o planeta vermelho? Seu projeto de usar foguetes em viagens curtas pela Terra é efetivamente viável? Poderemos viajar para qualquer lugar do planeta em menos de uma hora? O projeto Hyperloop – com seus túneis subterrâneos para transporte de pedestres – não tem o menor sentido, como afirmam seus críticos? Muitas incertezas rondam os devaneios futuristas do empreendedor, filantropo e visionário sul-africano-canadense-americano.
Musk, Elon Musk. Sul-africano de nascimento, criou seu próprio vídeo game aos 11 anos de idade, formou-se em Economia e Física antes de se mudar para a Califórnia, onde começou a empreender criando uma empresa pioneira em serviços financeiros online, que anos mais tarde se tornou a PayPal. Líder controverso desde essa época, foi expulso do cargo de CEO por uma mudança de rumo estratégico da empresa, mas como acionista, ainda faturou 165 milhões de dólares com a venda para a eBay. Com o valor, fundou a SpaceX em maio de 2002, que rapidamente se tornou a primeira empresa privada a enviar uma nave para a Estação Espacial Internacional. Em fevereiro de 2004 se juntou à Tesla, fabricante de veículos elétricos, e liderou os esforços para o lançamento do primeiro veículo da montadora, o Roadster, capaz de rodar 350 km com um único carregamento.
Nos últimos anos, mesmo após diversos fracassos que quase levaram suas iniciativas à falência, Elon Musk vem colecionando sucessos. Os veículos da Tesla têm fila de espera na produção e a empresa já é mais valiosa que GM e Ford. A SpaceX prosperou astronomicamente, assinou um contrato bilionário com a Nasa para transportar satélites e suprimentos para a Estação Espacial Internacional e reduziu drasticamente os custos de produção de foguetes ao trazê-los de volta para a Terra e, literalmente, estacioná-los.
Além destes feitos, criou a SolarCity, subsidiária da Tesla para produção de painéis solares comerciais e residenciais, a OpenAI, instituição sem fins lucrativos para promover e regulamentar a inteligência artificial, a NeuraLink, que pretende criar dispositivo neurais para tratar doenças cerebrais graves, e a The Boring Company, que tem o pretensioso plano de construir túneis subterrâneos para transporte de passageiros, os Hyperloops. Confira um vídeo incrível que ele postou no perfil do Twitter clicando aqui.
Ainda não sabemos se Elon Musk é mesmo nosso “bastião do futuro” e se em poucos anos iremos nos locomover através de seus túneis subterrâneos ou curar doenças cerebrais graves com a ajuda de inteligência artificial ou até mesmo começar a colonizar outro planeta com seus foguetes tripulados da SpaceX, mas é certo que o futuro está sendo pensado por mentes como as de Elon Musk. Guarde esse nome.
*Artigo escrito pelo nosso colaborador da área de Inteligência Digital, Lucas Amorim.