O segundo e penúltimo dia de South Summit 2022, realizado nesta semana, em Porto Alegre (RS), reservou apresentações empolgantes e reveladoras, com destaque para a relação entre tecnologia, inovação, marca e valor para o cliente.
Por dentro dos destaques do primeiro dia
Logo pela manhã, Roger Laughlin, fundador e CEO da Kavak, trouxe um conteúdo interessante sobre a plataforma, que tem crescido ao mudar a forma como pessoas negociam, compram e vendem carros em alguns países, incluindo o Brasil.
De acordo com ele, quanto mais complexo o problema, mais complexa a solução. Se você conseguir resolver, começa a construir um relacionamento muito forte com o consumidor. Assim os negócios perduram ao longo do tempo, a conexão começa a ganhar solidez e o sucesso dos negócios passa a ser uma consequência quase que imediata.
Ao abordar a internacionalização de uma empresa, Roger enalteceu que o seu mercado favorece isso, citando o exemplo de pessoas que mudam de país e, com isso, vendem e compram carros (ele cita a convicção de que um carro pode transforma a vida de uma pessoa). Além disso, o executivo apontou que o mercado de cada país é como um idioma, tem suas especificidades e carece de conhecimento local por parte da empresa.
Ele garante que, se uma empresa consegue solucionar problemas mercadológicos em um país na América Latina, onde existem diversas complexidades (incluindo a fraude), a chance de exportar a solução é muito grande, e que o sucesso vai depender de lapidá-la de acordo com a especificidade de cada mercado.
Para ele, na América Latina, você tem que solucionar problemas complexos, transformar a indústria, construir um ecossistema que não existe. Foi assim que aconteceu com a Kavak. “Não estamos construindo uma plataforma de compra e venda, mas sim uma plataforma de experiência de venda de carros”, ressalta Roger.
Já na parte da tarde, um painel sobre novas maneiras de pensar e fazer inovação trouxe insights importantes para o público do South Summit 2022. Experiências com mais conexão com o novo criam ciclos de inovação, e não existe inovação sem que pessoas e organizações saiam de suas respectivas zonas de conforto.
Essa nova forma de pensar e agir pede que os problemas sejam resolvidos por diversas pessoas e empresas, sempre com uma carga relevantes de colaboração entre elas. Afinal de contas, ninguém mais tem todas as peças do quebra-cabeça, ninguém mais tem todas as respostas. Aliás, já está claro que não precisamos ter todas respostas, mas sim a clareza da direção.
Outro ponto interessante abordado: transformação cultural e digital é potencializar as pessoas dentro das organizações. Sempre estamos carregando o celular, nos preocupamos com isso, mas por que não carregamos a energia das equipes?
O grande desafio das empresas da velha economia é criar uma cultura capaz de inspirar um movimento dentro da empresa e deixar ele seguir sozinho, sem controlar. Não temos mais espaço para a figura do herói, problemas complexos são resolvidos de forma coletiva. Precisamos sair da lógica da escassez de ideias para a abundância de ideias.