Hoje em dia, a tecnologia avançada que ajuda o comércio eletrônico a vender mais é a mesma que permite aos fraudadores desenvolver métodos cada vez mais sofisticados para seus crimes. Neste cenário, saber como proteger varejo e consumidor é fundamental. O problema, no entanto, é que é difícil se prevenir contra riscos que muitas vezes nem são conhecidos.
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Por isso, o relatório Tendências de Fraudes do Comércio Eletrônico em 2020, divulgado no fim de outubro pelo Merchant Fraud Journal, tem informações valiosas sobre as ameaças que mais devem preocupar o comércio eletrônico do mundo no próximo ano. O estudo conta com a colaboração de 13 das principais empresas de prevenção a fraudes no mundo, com a ClearSale representada por Rafael Lourenço, vice-presidente de Expansão Global da ClearSale.
Confira os principais pontos abordados pelo relatório:
Segundo Rafael Lourenço, os ataques organizados estão dentre os maiores problemas do comércio eletrônico no mundo, já que os varejistas tendem a pensar na fraude como um fenômeno isolado, o que deixa a visão limitada e impede que padrões de grandes ataques sejam rapidamente identificados.
Tendo em vista que esquemas de fraude maiores e mais organizados, com roubos em larga escala, estão se tornando cada vez mais comuns, soluções de prevenção a fraudes que não estão preparadas para identificar e bloquear ataques coordenados serão facilmente engolidas pela voracidade dos criminosos.
Contar com soluções robustas, que envolvem alta tecnologia e análise humana especializada, é absolutamente fundamental. Além disso, a análise de grupo pode ajudar os comerciantes a impedir esses ataques em larga escala, segundo Lourenço. Essa abordagem permite que os comerciantes monitorem o cenário geral e identifiquem alterações nos padrões de compras. Como resultado, eles podem barrar com mais facilidade os ataques de fraude organizados.
Verificar a identidade, para saber se o usuário é de fato a pessoa que está tentando realizar a compra, é um grande desafio para o comércio eletrônico. Boas práticas, como exigir o uso de senhas fortes pelos clientes, com uma combinação complexa de caracteres especiais, números e caracteres maiúsculos e minúsculos, são sempre recomendáveis. Além disso, contar com um segundo fator de autenticação é primordial para mitigar riscos.
O problema, no entanto, é que estas abordagens, embora eficientes, não podem ser classificadas como infalíveis. Outra ressalva importante: elas podem adicionar atrito significativo ao processo de pagamento, o que pode impedir conversões e prejudicar a receita da loja virtual.
Neste ponto, o Machine Learning e a Inteligência Artificial são aliados essenciais, já que ajudam a mapear rapidamente o comportamentos dos consumidores em ambientes digitais e geram alertas rápidos de atividades incomuns.
Embora a invasão de contas não seja exatamente uma novidade no mundo, os principais fornecedores de soluções antifraude do mercado apontam que o e-commerce ainda não consideram esta ameaça como algo grave e muito perigoso, o que é um equívoco.
As invasões de contas custaram cerca de US$ 5,1 bilhões aos comerciantes eletrônicos de todo o mundo em 2018, o que representa um aumento de 120% em relação a 2017.
Além disso, o crescente número de vazamentos e violações de dados em 2019 – somado às altas taxas de sucesso nos ataques – mostra que este tipo de fraude não diminuirá tão cedo.
Como proteção, os comerciantes já contam com soluções que, por meio de técnicas de Machine Learning, conseguem identificar comportamentos que podem sinalizar fraudes de invasão de contas, sem contar na capacidade que estas soluções têm de cruzar dados importantes sem aumentar significativamente o atrito do cliente, protegendo-o desde o login até o check-out.
A fraude no comércio eletrônico evolui praticamente na mesma velocidade com a qual surgem novas tecnologias, e as ameaças apresentadas neste relatório internacional são algumas das que precisam despertar atenção por parte dos comerciantes em 2020.
A maneira como os varejistas online respondem a essas ameaças de fraude pode ser a diferença entre o sucesso ou fracasso do negócio. Alguns comerciantes, por exemplo, optam por bloquear qualquer pedido com algum ponto fora do padrão, o que pode até resultar em taxas mais baixas de chargeback, mas certamente trará números mais altos de falsos-positivos (quando consumidores legítimos são barrados) e clientes insatisfeitos.
Pior ainda: alguns comerciantes optam por não fazer nada, assumindo que os recursos de prevenção a fraudes incorporados em plataformas de e-commerce serão suficientes para protegê-los.
Infelizmente, ambos os pensamentos provavelmente acabarão custando aos comerciantes quantidades significativas de tempo, dinheiro e mão de obra, deixando claro que uma postura mais proativa e que possa minimizar vulnerabilidades é o primeiro passo para afastar o risco de prejuízos com fraudes.
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