*Atualizado em 15/10/2024
O aumento do número de transações realizadas no ambiente virtual é uma realidade na sociedade atual. Diante desse cenário de desenvolvimento, aumentaram os casos de fraude de identidade. Geralmente, esse crime é cometido por pessoas que criam uma identidade falsa por meio do uso de combinação de dados, tanto reais quanto inexistentes.
Esse tipo de golpe pode trazer muitos danos para as empresas. Nesse sentido, é essencial implementar estratégias pontuais para garantir a segurança da informação e manter a integridade dos dados, principalmente, nos casos de fraude no varejo online.
O aumento nas tentativas desse crime reflete a importância de as empresas se anteciparem aos riscos e estarem preparadas para lidar com essa ameaça. O panorama nacional é preocupante. No entanto, é possível se proteger e combater a ocorrência dessa prática criminosa. Mas afinal, por que isso ocorre? Quais são os objetivos dos criminosos?
Deseja colocar sua empresa um passo à frente da fraude de identidade e proteger a integridade dos dados dos clientes? Este conteúdo vai funcionar como um guia completo, contendo todos os tipos de fraude de identidade, incluindo a sintética. Quer entender mais sobre o assunto? Acompanhe a leitura e confira detalhes!
O que é a fraude de identidade?
A fraude de identidade consiste no ato em que um criminoso se passa por um terceiro com o intuito de obter algum tipo de vantagem indevida ou para causar algum tipo de dano a outros. Ou seja, ele simula ser alguém que não é.
Dessa forma, o criminoso usa identidades furtadas ou obtidas indevidamente de terceiros para aplicar golpes e cometer crimes. Em um primeiro momento, ele se aproveita de brechas no computador da pessoa física ou falhas no sistema de segurança da empresa para acessar informações pessoais, como o CPF, o RG, o número de carteira de motorista, do título de eleitor, de dados bancários etc.
Com esses dados em mãos, ele comete a fraude de identidade. Ou seja, ele faz uso das informações que obteve de maneira ilícita. Isso significa que ele se passa por outrem, com o objetivo de obter benefícios e ganhos — financiamentos e empréstimos, por exemplo.
Um exemplo muito comum desse crime é quando o fraudador obtém, ilicitamente, os dados de crédito da vítima, e utiliza essa facilidade para praticar atos indevidos, como a compra de produtos ou a contratação de serviços para si, com o desconhecimento do titular dos dados e sem a sua devida autorização. Essa prática traz prejuízos para o consumidor e para o estabelecimento responsável pela transação.
Muitas vezes, o crime de fraude de identidade é organizado com detalhes e perpetrado de maneira silenciosa e sofisticada. É por isso que a descoberta se torna difícil. A vítima só se dá conta do ato depois que ele foi praticado, ou seja, o delito só é percebido após ter causado danos financeiros à vítima e prejuízos à imagem da empresa.
O que diz a legislação?
O art. 307 do Código Penal traz a tipificação da falsa identidade. Confira: “atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem.“ A pena do delito é de detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
O art. 308 dispõe sobre outra conduta, também considerada como falsa identidade: “usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro”. Nesse caso, a pena é de detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave.
Apesar de ser comum a confusão entre os crimes (eles apresentam semelhanças e diferenças entre si), o delito de falsa identidade é diferente da falsificação e uso de documento falso.
A falsificação de documento particular tem previsão no art. 208 do Código Penal. Confira: “falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro”.
A pena é de reclusão, de um a cinco anos, e multa. Além disso, o Código Penal dispõe sobre o crime de fraude do cartão de crédito, como falsificação. O parágrafo único do mesmo art. 208 determina que: “para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito".
Por sua vez, a tipificação da falsidade ideológica consta no art. 299 do Código Penal. A redação é a seguinte: “omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”.
A pena do crime de falsidade ideológica é de reclusão, de um a cinco anos, e multa. O Código salienta que "se o documento for público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular." Além disso, se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Como acontece a fraude de identidade?
A fraude de identidade consiste no furto, apropriação e uso indevido de informações, como número de identidade, CPF, carteira de motorista, título de eleitor, contas bancárias e cartões de crédito das vítimas. Com isso, o criminoso consegue abrir contas bancárias, contratar empréstimos e financiamentos e prosseguir com a conclusão de vários outros tipos de contratos.
O modus operandi pode ocorrer de vários modos. Isso significa que esse crime pode ser perpetrado de várias maneiras. Os crescentes avanços tecnológicos fizeram com que os criminosos desenvolvessem novas estratégias para burlar os sistemas de segurança digitais, o que tornou a prática desse delito ainda mais sofisticada.
O criminoso pode obter esses dados por meio da compra ilícita de fornecedores. Isso mesmo. Existem pessoas que comercializam a venda de milhões de dados pessoais de usuários. Ao obter essas informações, o criminoso tem à sua disposição milhares de dados de pessoais físicas e jurídicas.
Outro modo comum de obter essas informações é por meio de métodos ardilosos, como o envio de e-mails falsos para os usuários, contendo links maliciosos. Ao clicar no link fraudulento, abre-se uma página falsa com mecanismos que infectam a máquina e conseguem ter acesso aos dados do usuário.
Além disso, também é comum a aplicação de golpes que induzem o indivíduo a fornecer seus próprios dados pessoais, sem que ele possa imaginar que se trate de uma artimanha maliciosa. Nesses casos, o criminoso costuma ligar para a vítima se passando por um representante de uma empresa e induz o usuário a passar os dados, de maneira voluntária, mas sem que tenha consciência de que está sendo vítima de um verdadeiro golpe.
Como funcionam?
Uma pesquisa recente da Experian identificou que os setores que mais são afetados pelas fraudes de identidade são Bancos e Cartões, sendo responsáveis por 48,1% dos casos totais. Em seguida, temos Serviços (30,6%), Financeiras (16,3%), Varejo (3,6%) e Telefonia (1,4%).
A mesma pesquisa identificou alguns fatos preocupantes relacionados à fraude de identidade:
- O ano de 2023 registrou quase 10 milhões de tentativas de fraude de identidade;
- As idades de 36 a 50 anos foram os principais alvos dos criminosos (35,8%);
- Os estados das regiões Sul e Sudeste foram os mais visados.
Quais são os tipos de fraude de identidade?
As fraudes se multiplicam todos os dias. Criminosos estão sempre buscando falhas e brechas nos sistemas para agir. Diante disso, é importante conhecer mais sobre as modalidades de fraudes existentes e se antecipar às ameaças. Pensando nisso, mostramos, a seguir, alguns tipos de fraude realizados por bandidos.
Fraude sintética
A fraude sintética é um tipo de fraude de identidade, que vai além do furto e apropriação de dados da vítima. Ela consiste na elaboração de uma nova identidade, do zero, por meio da combinação de dados falsos e verdadeiros. Trata-se da criação de um novo personagem fictício, uma pessoa que não é real.
Para isso, o criminoso pode se valer de alguns caminhos, como:
- gerar um nome e um CPF totalmente novos;
- fazer a combinação do nome de algum falecido ou de alguém que não é titular de um CPF, ou esse cadastro está suspenso, inválido ou inativo;
- criação de um nome novo e vinculação a um CPF legítimo.
Nesse sentido, não é necessário que todos os dados inseridos sejam reais. Assim, é possível criar uma “nova pessoa” por meio do uso de um CPF falso ou inativo. A partir daí, o criminoso consegue criar contas em instituições financeiras, adquirir números de telefone, criar cadastros em lojas de varejo e e-commerces e concluir compras, sem que seja descoberto.
O grande problema é que a rastreabilidade pela empresa se torna complicada. Como não há nenhuma pessoa reivindicando os seus direitos e alegando ser vítima da fraude, a descoberta do crime pode ser mais lenta. Por isso, os criminosos conseguem se aproveitar e continuar praticando os delitos no mobile. Geralmente, a empresa só percebe o delito por acaso, ao se deparar com alguma operação suspeita.
Roubo de dados
O roubo de dados é cometido por meio da criação de páginas falsas. Assim, o golpista induz o usuário a acessar esses sites, o que acaba infectando o computador com mecanismos maliciosos. Esses malwares têm a capacidade de captar dados dos usuários, como documentos pessoais, senhas, cartão de crédito etc.
A partir das informações obtidas, é possível comprar produtos e contrair empréstimos em nome da vítima, sem que ela tome conhecimento do crime, ou seja, ela se torna a "laranja" de vários golpes sem saber.
Boletos falsificados
A falsificação de boletos é uma artimanha comum entre os golpistas. Eles criam um boleto contendo uma ordem de pagamento com descrição simulada e um código de barras falso, como se fosse um boleto original. Pode ser enviado para o e-mail do usuário ou pelo serviço postal, por exemplo. A vítima faz o pagamento e sofre o prejuízo, pois dificilmente conseguirá reaver o valor que foi pago.
Autofraude ou fraude amigável
Essas situações acontecem em compras realizadas com o cartão de crédito, por meio do qual são utilizados dados legítimos dos usuários. Na autofraude, a compra é concluída pelo próprio titular do cartão de credito. Por sua vez, a fraude amigável pressupõe a transação realizada por alguém próximo da vítima.
O agente faz a compra com a intenção de solicitar o estorno na fatura de crédito, posteriormente. Para isso, ele alega que o produto não foi entregue ou que não realizou o pedido. O risco é o comerciante sofrer o prejuízo e também ficar sem a mercadoria, pois o valor retornaria ao cliente.
É por isso que a maioria das operadoras de cartão de crédito passou a adotar um novo procedimento para evitar fraudes. Para obter o estorno da compra, o cliente deve entrar em contato com a empresa que efetuou a compra e solicitar o cancelamento.
Financiamento com documentos falsificados
Esse tipo de conduta pressupõe a fraude de identidade, por meio da criação de documentos falsos ou o uso de documentação de outrem, fazendo com que o criminoso se passe por outra pessoa. Com o documento falsificado em mãos, o agente pode contrair financiamentos imobiliários e fechar outros tipos de contratos, como a aquisição de linhas telefônicas e a abertura de empresas fantasmas.
Não são raros os casos em que a vítima passa a ser a "laranja" de um esquema criminoso, sem tomar conhecimento do fato. O indivíduo só descobre que foi lesado quando o banco entra em contato ou quando ele tem o nome negativado nos órgãos de proteção de crédito.
Como se defender das fraudes de identidade?
É possível identificar os indícios de fraudes de identidade e começar a se proteger e combater esse problema, o quanto antes. Quer saber como? Conheça algumas práticas que ajudam a evitar essa situação.
Invista em um sistema antifraude
É importante proteger efetivamente os sistemas da empresa e reduzir os riscos de golpe. Nesse sentido, a melhor atitude a ser tomada é identificar os pontos mais vulneráveis do negócio e implementar medidas de proteção. Portanto, adquira um sistema automatizado antifraude e contrate uma empresa especializada no oferecimento de soluções de gestão que reduzem as ameaças.
Use ferramentas tecnológicas avançadas
O uso de ferramentas modernas ajuda no combate a fraudes. Sistemas dotados de inteligência artificial, business intelligence, machine learning, analytics e big data influenciam diretamente a redução dos riscos e a melhoria dos resultados. Existem vários softwares disponíveis no mercado que apresentam essas função de proteção.
Preserve bons clientes
Uma dica pra reduzir as chances de fraudes de identidade é ter clientes confiáveis e que tenham uma boa conduta. Caso identifique ações fora de padrão e suspeitas de algum cliente, opte por monitorar as condutas desse indivíduo com relação às compras efetuadas na loja. Essa estratégia é bastante eficiente para diminuir os riscos de golpe e evitar maiores prejuízos.
Monitore os indicadores
É possível acompanhar o nível de efetividade das ações antifraude por meio de indicadores específicos, que são a taxa de aprovação, o tempo de resposta e o chargeback. Caso essas métricas estejam abaixo da média, é um claro sinal de que as medidas usadas para o combate aos golpes estão sendo pouco efetivas.
A taxa de aprovação da empresa consiste no percentual de pedidos pagos em relação às compras efetuadas pelos clientes. O tempo de resposta é o período que o cliente espera até ter a sua demanda ou o problema resolvido. Por sua vez, o chargeback é o retorno de fundos ao consumidor, causado por um erro indevido da instituição financiadora que efetuou o débito.
Utilize sites de validação
Alguns sites contribuem para ter certeza se o documento é verdadeiro ou não. Como os documentos de natureza pública são criados por meio de combinações padronizadas de elementos gráficos e numerações, é possível analisar a veracidade e autenticidade deles por meio de softwares específicos para esse fim.
Busque a autenticação
Busque a autenticação da chave de segurança dos documentos que são emitidos online, como é o caso de certidões digitais com código de verificação e que precisam ser devidamente conferidos na página do órgão emissor. No caso de documentos assinados digitalmente, o ideal é verificar os registros de veracidade, integridade e autenticidade da autoria em um site especializado.
O Certificado Digital é uma chave que funciona como uma identidade virtual para a pessoa física ou jurídica. Por meio dessa ferramenta, é possível efetuar transações online, sempre com a garantia de autenticidade das informações trocadas.
Use mecanismos de criptografia
A criptografia é uma solução de segurança que envolve a codificação e decodificação de dados, tornando-os inteligíveis e incompreensíveis para terceiros que não têm o acesso autorizado. Assim, somente quem recebe a informação poderá “decifrá-la” e acessar o conteúdo.. Isso impede muito os crimes virtuais.
Esse mecanismo garante o armazenamento dos dados de maneira segura e mantendo a devida confidencialidade, integridade e identidade desses elementos. A criptografia permite proteger dados sigilosos, garantir a segurança dos backups contra o acesso indevido, a proteção de transações bancárias e demais operações realizadas online.
Utilize ferramentas com Blockchain
O Blockchain é uma tecnologia que gerencia um grande volume de dados, permitindo efetuar o rastreamento, o envio e o recebimento de informações por meio da internet, favorecendo a descentralização da informação e assegurando a autenticidade e privacidade dos dados.
Com isso, fica muito mais difícil fraudar identidades por meio da assinatura digital, pois cada indivíduo fica responsável pela movimentação que realizar, e ela não poderá mais ser modificada posteriormente. Trata-se de um delito muito comum em varejo. Como consequência, traz maior segurança para o e-commerce e proteger os consumidores.
Observe as características dos documentos
Fique atento com o documento. Examine-o para saber se ele é verdadeiro. É possível identificar alguns elementos que demonstram que se trata de um documento falso.
Isso fica mais fácil ao se fazer uma comparação com um original padrão. Por isso, você deve estar atento a alguns detalhes, como:
- tipo de papel e plástico usados na confecção;
- assinatura;
- qualidade da fotografia;
- tamanho e posicionamento das informações, símbolos e brasões;
- presença de marcas d’água, hologramas, impressões em relevo e adesivos metalizados;
- informações, como idade, órgão de expedição e numeração.
Uma técnica comum é uso da luz negra para identificar a existência de alguma fraude, principalmente, em RG e passaportes. Os documentos falsificados apresentam variações e diferenças, até mesmo, imperceptíveis, com relação aos originais.
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A fraude de identidade pode se tornar um grave problema para o varejo, prejudicando gravemente o desenvolvimento do negócio e afetando a imagem da empresa perante os clientes e o mercado, além de influenciar a redução do faturamento, de uma forma geral. Portanto, não coloque seu e-commerce em risco, se antecipe às ameaças e tenha um poderoso antifraude como seu aliado. Quer investir em uma ferramenta eficiente, flexível e que garante sua proteção?
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