Resumo do post:
- A Dark Web está dentro da Deep Web
- O que é a Dark Web
- Como os fraudadores utilizam a Dark Web
- A Dark Web não é apenas um vilão
Sinto começar este texto contando isso, mas é bastante provável que você já tenha algum dado pessoal vazado na internet e, muito provavelmente, eles estão em algum lugar da Deep Web.
Imagine um vulcão. A lava desse vulcão é o que chamamos de Surface Web, a internet rastreável que navegamos para fazer nossas coisas, como acessar redes sociais, ver vídeos, fazer compras, entre outras coisas. O vulcão em si é a Deep Web, que representa grande parte da internet.
A camada mais profunda da Deep Web é conhecida como Dark Web. Nela, circulam informações ilegais e é onde a prática de crimes acontece, como tráfico de drogas, negociações com crackers e pornografia infantil. De forma geral, para facilitar o entendimento, podemos pensar na internet com níveis cada vez mais restritos, criptografia cada vez mais complexa e condições mais específicas para acesso.
A Dark Web
A Dark Web é a parte mais restrita da internet. Essa internet não é facilmente acessível, não basta procurar no Google e ser direcionado para ela. Existem alguns passos para tal coisa: uso de softwares, configurações de rede e até mesmo hardwares específicos dependendo do nível em que o acesso pretende ser feito.
Os sites na Dark Web não ficam muito tempo online, 50% dos sites ficam no ar por menos de 24 horas e apenas 15% passam de mais de 6 meses online. Metade da Dark Web é composta por tráfico de drogas, mas uma grande parcela dela, cerca de 17%, está ligada a fraudes e falsificações.
A Dark Web possui até mesmo uma rede social que conhecemos como o BlackBook, o “irmão” do Facebook, e o Forch, que seria uma espécie de Google. Alguns serviços que são possíveis de encontrar nessa internet são: compra de drogas, de RG, CNH, passaportes e até a cidadania americana e o aluguel de um cracker. Cracker que se propõe a destruir uma marca ou a pessoa que você quiser.
Como já mencionado acima, a venda de drogas é o que gera a maior receita dos varejistas da Dark Web, sendo uma estimativa de lucro de US$ 197.145 por semana em venda de maconha. A venda de Digital Goods, que, nesse cenário, envolve a venda de cartões e logins, também gera um lucro significativo: cerca de US$ 30.402 por semana.
Como os fraudadores utilizam Dark Web
Com tudo isso disponível, é muito provável que quase todos os fraudadores frequentem essa camada da internet. Eles adquirem os números de cartões de crédito, contas do paypal e também criam seus e-commerces para vender os produtos adquiridos através da fraude. A melhor parte dessas lojas é que eles também possuem FAQ, explicando porque o produto é tão mais barato do que na internet rastreável.
Com acesso a esta vasta quantidade de informação, os fraudadores podem escolher os dados que são melhores para a sua atuação, facilitando ainda mais o processo da fraude. Na Dark Web eles criam um ecossistema no qual não há problema em fazer isso. Um comentário muito engraçado compartilhado pelos palestrantes foi a declaração de um usuário sobre comprar os dados de um cartão de crédito: “Eu me sinto mal pelos donos dos cartões, basicamente é o dinheiro de outra pessoa. Bom, mas todo mundo tem contas para pagar, não é mesmo?”.
A Dark Web não é apenas um vilão
Infelizmente, por enquanto, o uso dela está mais voltado para isso, mas se trata também de uma maneira mais segura de proteger os seus dados ao navegar online. Imagine um lugar onde não existem os famosos cookies, no qual você pode acessar uma rede social sem ter o seu perfil de navegação compartilhado com empresas, por exemplo.
A TOR anunciou que terá uma versão do seu navegador para celulares Android. Porém, infelizmente, vazamentos de dados ocorrem cada vez mais, portanto, adquirir esse tipo de informação ilegal está ficando cada vez mais barato.
“A Dark Web nos dá a dimensão de quão simples está comprar qualquer dado e como isso se desdobra em fraude. Planos de fraude, contas, documentos e cartões são vendidos a custos interessantes para os fraudadores. Isto apenas reforça a nossa responsabilidade como provedor e mostra como é importante criar um efeito de rede para proteção contra ataques”, ressalta Douglas Medeiros, VP Comercial da ClearSale.
*Artigo escrito por Maria Ligia Lima, analista de Comunicação da ClearSale.