Recommerce: uma estratégia sustentável e que está em alta
Não estamos falando do novo normal, mas novos tempos requerem novos hábitos. E o recommerce – que faz parte da chamada economia circular – ressurge e traz novas formas de comprar e de se relacionar com produtos. Na economia circular, a produção e o descarte têm valores iguais, e o reaproveitamento de recursos é, esse sim, o que podemos considerar o novo normal.
Afinal, o que é Recommerce?
Imagina que você tem um produto, pode ser qualquer um - desde dispositivos eletrônicos, como smartphones, computadores ou câmeras, até livros, roupas, calçados - que não utiliza mais e, ao invés de descartar, você o coloca à disposição para outra pessoa comprar. Esse é o recommerce, ou, em português, comércio reverso. É a venda de um produto já usado anteriormente por uma pessoa, para uma nova. Em outras palavras, um artigo de segunda mão.
Se o comércio de revenda não é novidade, como virou uma tendência?
O conceito não é novidade. Lembra das vendas de garagem e mercados de pulgas? Embora ainda existam estes canais para a venda de produtos usados, hoje, com o avanço das tecnologias, surgem novas plataformas online para fazer o comércio virtual destes produtos usados com muito mais eficiência.
Boom das Redes Sociais
Com a crise econômica nos Estados Unidos em 2008, muitos países entraram em recessão, incluindo o Brasil. Empresas faliram e o desemprego entre os mais jovens disparou. Diante deste cenário, como alternativa, as pessoas começaram a se desfazer de seus pertencer para gerar uma renda extra.
Ao mesmo tempo, a chegada das redes de relacionamentos, como Twitter, Facebook e, até mesmo o Orkut, favoreceu o grande boom deste mercado em 2008. Os brechós online ganharam notoriedade e geraram renda extra para muitas pessoas, inclusive para algumas bastante afetadas pela crise.
Como citado no artigo O que é Recommerce e por que é tendência?, do E-Commerce Brasil, “um caso icônico é o da loja Nasty Gal (iniciada em 2006), e-commerce de revenda californiana criado por Sophia Amoruso – cuja história virou o seriado Girl Boss na Netflix. Sophia buscava peças com potencial de revenda em brechós, ajustava o que fosse preciso e publicava no Ebay”.
Geração Z e a Sustentabilidade
De 2008 para cá, o mundo mudou, e as pessoas, obviamente, também mudaram. Cansados da massificação fast fashion e do consumismo, os nascidos a partir da metade dos anos 80 em diante, conhecidos como a geração Y e Z, retomaram esse movimento que, hoje, é sinônimo de sustentabilidade. Além disso, outros movimentos de desapego ganharam força e sustentaram essa prática de recommerce ao longo do tempo, como o que ficou mundialmente conhecido por minimalismo.
Caso de sucesso no Brasil: Enjoei
Se lá fora existem muitas empresas bem sucedidas neste tipo de negócio, aqui no Brasil a Enjoei é um caso de sucesso. Há cerca de nove anos, o que antes era apenas um blog virou negócio, e hoje a empresa busca atrair novos investidores abrindo IPO na B3. Segundo dados da matéria da Exame, a empresa pode valer até R$ 2 bilhões.
Nem só de moda vive o Recommerce
Nem só de roupas, sapatos e acessórios vive o recommerce. As pessoas têm comercializado uma infinidade de outros produtos usados em plataformas bem conhecidas, como Mercado Livre, OLX e Ebay. E acredite, esses vão de carros até utensílios para casa e cozinha, como aspiradores de pó, cafeteiras e geladeiras, por exemplo.
Dicas para quem quer investir em um Recommerce
Qualidade dos Produtos
As pessoas que navegam por essas plataformas de recommerce sabem que estão pagando mais barato por um produto que já foi utilizado de alguma forma. Portanto, o fato de um produto ser usado, não significa efetivamente que a qualidade dele é ruim. Muito pelo contrário, alguns são excelentes e vantajosas oportunidades.
A maioria destes produtos é de boa qualidade. E se você é um anunciante, atenção: evite mentir e passar a imagem de que são itens novos. Ninguém gosta de ser enganado, e isso pode comprometer gravemente a sua reputação e sua credibilidade, o que pode ser fatal para o negócio.
Prevenção à Fraude
Se você está pensando em montar um negócio online, ofereça um processo simples, dinâmico e, acima de tudo, seguro. Ou seja, quando o assunto for pagamento, mantenha os olhos bem abertos para possíveis fraudes. Tenha em mente a importância de contar com uma solução antifraude eficiente, capaz de realizar análises em tempo real e invisível aos olhos do cliente, pois a segurança não pode, sob hipótese alguma, representar algum tipo de fricção na jornada de compra. O resultado? Ganhos financeiros e sustentabilidade para o crescimento da sua empresa.
Facilite as Trocas e Devoluções
Como dizem nossos colegas da aftersale em um artigo publicado neste blog, “com certeza, você já comprou alguma coisa pela internet que, quando chegou, não era bem o que imaginava. Com produtos usados ou reformados, esse processo pode ser ainda mais frequente, já que os critérios de qualidade são subjetivos, alguns consumidores podem tolerar certos defeitos e outros podem achá-los inaceitáveis. Sendo assim, é extremamente confortável saber que a loja não cria impeditivos para trocas e devoluções”. Ter este processo bem desenhado e fácil de ser realizado é quase que mandatório para um recommerce de sucesso.
Marketing Digital
O investimento em marketing e comunicação é crucial para o sucesso de uma empresa. Campanhas digitais bem estruturadas ajudam a alavancar os negócios e manter os produtos na mente dos consumidores. Com o marketing digital, é possível aumentar a capacidade de alcance e ser certeiro no processo de chegar às pessoas que realmente podem se interessar por seus produtos.
Atendimento ao Cliente
Uma das estratégias de marketing e comunicação passa pelos canais de relacionamento e atendimento ao cliente, como e-mail, telefone, chatbot, etc. Estar sempre ‘on’, significa estar disponível e pronto para ajudar, sempre. Isso só colabora com a reputação da loja e ajuda a criar uma conexão importante com o cliente, além, claro, de ajudar a construir uma incrível experiência de compra.