Indiscutivelmente, a criação do cartão de crédito transformou o conceito de pagamento em todo o mundo. Com o surgimento e crescimento do e-commerce, a importância do cartão de crédito disparou também no mundo digital, já que oferece rapidez, praticidade, comodidade e, idealmente, segurança em todo o processo.
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Como era de se esperar, a inovação contínua e o aprimoramento constante de novas tecnologias, somados às novas necessidades do varejo e dos consumidores, fizeram com que a emissão de cartões passasse a ser feita totalmente via web, o que tornou o processo mais rápido, com menos inconveniências em cada etapa e, ainda assim, seguro.
Hoje, um cartão de crédito nem precisa existir fisicamente para funcionar. O cartão virtual é uma realidade cada vez mais utilizada, já que, em teoria, oferece maior segurança para os consumidores, principalmente por dificultar as tentativas de clonagem.
Basicamente, estes cartões são apenas números que somem após a utilização ou vencimento do prazo de validade, que costuma ser de 48 horas a partir da emissão.
O problema é que tamanha modernidade não trouxe facilidades apenas para instituições financeiras e consumidores, já que também chamou a atenção de fraudadores e cibercriminosos, que buscam, constantemente, brechas em sistemas de segurança que possam facilitar a fraude.
O avanço tecnológico fez com que os fraudadores não precisassem mais ter acesso aos cartões de crédito para cloná-los. Com a disseminação dos chips e desbloqueio por senha – atualmente, 95% dos cartões em circulação possuem chip, segundo a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito) –, a incidência de clonagens caiu muito nos últimos anos, pois a maioria das fraudes agora acontece em ambiente digital, por meio do uso indevido dos dados do titular do cartão.
O roubo de dados é conhecido como fraude de identidade, já que o fraudador se passa por uma pessoa que não é – crime conhecido legalmente como falsidade ideológica – para adquirir produtos e serviços de maneira ilícita e carregada de má fé.
Segundo o ABI Research, o Brasil tem o maior índice de fraudes de identidade da América Latina. Dados da Fecomércio mostram que o país tem R$ 60 bilhões em prejuízos oriundos deste tipo de crime a cada ano.
As fraudes dificultam a manutenção da melhor experiência dos usuários e cria diversos problemas relacionados à imagem de uma instituição, o que pode levar a perdas maiores do que o prejuízo financeiro propriamente dito, principalmente em tempos nos quais a reverberação de reclamações ganhou rapidez e escala por meio das redes sociais.
A inovação contínua é condição básica para o desenvolvimento de sistemas eficientes de segurança. Ferramentas modernas – Inteligência Artificial, Machine Learning, Behavior Analytics, etc – tornam possível calibrar sistemas sofisticados com dados para mapear o comportamento de indivíduos no mundo digital nos mínimos detalhes.
Ao combinar esta tecnologia com mão de obra ultra especializada, cria-se um sistema antifraude que entrega muita eficiência com pouquíssimo tempo de resposta.
Vale lembrar que estudos recentes de consultorias mostram que os investimentos das instituições em soluções contra fraudes de identidade vão chegar a US$ 10,4 bilhões até 2023.
O mercado já conta com soluções de empresas especializadas em combate a fraudes que são capazes de otimizar a identificação de ameaças, gerar rapidez na investigação de alertas e na correção de problemas e podem reduzir significativamente a incidência de falsos-positivos nas análises de cada solicitação.
Para evitar fraudes, além de todas as práticas de segurança comuns a todas as instituições financeiras hoje em dia, é fundamental ir além e buscar parceiros que conheçam a ação de fraudadores nos mais minuciosos detalhes, incluindo o contexto de cada transação e das tentativas de fraudes em cada uma delas.
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