22/07/2019 • 6 min. de leitura

Fraudes em aberturas de contas preocupam bancos e fintechs no Brasil

Possibilidade de realizar todo o processo por meios digitais desperta interesse dos fraudadores, mas mercado já conta com soluções inovadoras

Resumo do post:

- Cenário das fraudes em aberturas de contas no Brasil

- Como o combate a fraudes acontecia antes das contas digitais e como é agora

- Fatores que aumentam as tentativas de fraude e quais são os tipos mais comuns

- Quais são os prejuízos e como evitá-los

Desde 2016, quando o Banco Central do Brasil autorizou bancos e fintechs a realizarem aberturas de contas pela internet, as instituições financeiras buscam formas de captar a fatia de 25% da população economicamente ativa do país que ainda não é bancarizada, além de tentar tornar este tipo de processo mais rápido, intuitivo e, principalmente, seguro.

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Acontece, no entanto, que por excluir a necessidade de intermediários, a abertura de conta pela internet, apesar de tornar a experiência do cliente muito mais prática e conveniente, não é necessariamente mais segura, e é esta a grande questão para instituições financeiras que oferecem tal modalidade aos seus clientes.

Como era antes

Ao longo das décadas, os bancos que operam no Brasil se acostumaram a autenticar usuários presencialmente nas agências, além de uma minuciosa análise dos documentos exigidos no momento da solicitação de abertura de uma conta.

O problema é que este processo não é apenas demorado, o que por si só já é uma desvantagem considerável em pleno 2019, mas também é muito difícil de ser escalado, já que envolve, basicamente, a análise humana de cada caso.

Mudança de cenário e um novo problema

Não demorou para que as instituições financeiras percebessem que não fazia mais sentido exigir que os clientes levassem ou enviassem documentos físicos a uma agência na hora de abrir uma conta. Era um processo praticamente todo manual e nada sustentável.

Por meio de novas tecnologias de automação e Inteligência Artificial, bancos e fintechs tornaram possível realizar todo o processo de abertura de conta por meios digitais. No entanto, não se pode esquecer que a tecnologia avançada também está disponível para criminosos, os quais foram rápidos em aprimorar os meios para roubar dados e cometer fraudes em mais este segmento.

Com isso, surgiu um grande problema: como oferecer abertura de contas pela internet de forma segura? A reposta para esta pergunta de fato não é simples, mas felizmente para os bancos – responsáveis legais por fraudes realizadas neste processo – há uma espécie de passo a passo que, se for seguido, pode mitigar consideravelmente o risco de prejuízos com fraudes.

Conhecer fatores que aumentam as tentativas de fraude

Para combater um problema, é preciso, antes de qualquer coisa, identificar os motivos pelos quais ele ocorre. No caso da abertura de contas pela internet, é possível citar três principais.

O primeiro é a retirada do intermediador (agente bancário) do processo de preenchimento de propostas: essa medida torna o ambiente de aquisição mais atrativo ao fraudador. Ao estar por trás de um dispositivo, ele se sente motivado a realizar tentativas de fraude de diversas maneiras, sabendo que dificilmente terá sua identidade revelada.

O segundo é quantidade de informações necessárias: com objetivo de melhorar a experiência do usuário, os bancos e fintechs pedem cada vez menos dados e documentos a quem solicita serviços financeiros, fazendo com que os fraudadores consigam, com poucas informações das vítimas, realizar a tentativa de fraude.

O terceiro, mas não menos importante, é a ainda mal resolvida base legal: a lei que pune crimes cibernéticos ligados a transações financeiras e invasão de contas entrou em vigor em 2013, porém com punições reconhecidamente brandas (de três meses a 5 anos de detenção) aos criminosos, e ainda com pouca aplicação e investigação no Brasil. Desta forma, o ambiente conectado permanece relativamente impune para as ações de usuários mal intencionados.

Fraude mais comum em aberturas de contas pela internet

Ao contrário do que acontece no e-commerce, por exemplo, a fraude em abertura de contas pela internet é, basicamente, uma: o roubo de dados pessoais. E a explicação parece igualmente simples, já que, com posse destas informações, fraudadores conseguem abrir uma conta, contratar empréstimos e financiamentos, solicitar cartões de crédito, etc.

Para roubar estes dados, existem duas formas principais: o phishing e o furto físico. No caso do phishing, o fraudador dispara e-mails fraudulentos nos quais o autor, por meio de uma sofisticada técnica de engenharia social, convence o usuário a baixar e executar um programa malicioso, capaz de capturar, ilegalmente, todos os tipos de dados pessoais.

Já no caso do furto físico, não há nenhuma sofisticação, pois roubos e assaltos, infelizmente comuns no Brasil, fazem com que fraudadores tenham fácil acesso a documentos de terceiros. Aliás, a simples fotografia de um documento pode ser suficiente para a efetivação da fraude.

“A maior parte das fraudes realizadas no Brasil está relacionada à apropriação indevida de dados de consumidores, e a obtenção destes dados acontece de diversas maneiras, principalmente nos meios digitais”, diz Rafael Dias, gerente de Analytics da ClearSale.

Prejuízos financeiros e danos de imagem

Segundo o ABI Research, o Brasil tem o maior índice de fraudes de identidade da América Latina. Dados da Fecomércio mostram que o país tem R$ 60 bilhões em prejuízos oriundos deste tipo de crime a cada ano.

Mas mesmo com números tão expressivos, as fraudes são mais do que uma fonte de prejuízo monetário aos bancos e outras instituições financeiras. Elas geram regras de compliance e regulamentação que dificultam a escalabilidade de operações de negócios com segurança e preservação da boa experiência do usuário. Vale lembrar que pesquisas recentes mostram que clientes tendem a evitar empresas com histórico de fraude.

Além disso, a boa manutenção da reputação de uma marca está diretamente ligada ao não envolvimento com este tipo de problema, ainda mais em um momento no qual as redes sociais permitem uma reverberação quase que incontrolável de reclamações de clientes insatisfeitos.

Como evitar fraudes em abertura de contas

Apontada no CIAB 2019 como aliada importante a ser explorada pelo setor bancário, a Inteligência Artificial é fundamental para garantir a segurança das partes envolvidas em operações financeiras.

Ferramentas modernas de Machine Learning e Behavior Analytics tornam possível calibrar a Inteligência Artificial com dados para mapear o comportamento de indivíduos no mundo digital, com uma riqueza de detalhes inimaginável até pouco tempo atrás.

Ao combinar esta tecnologia de ponta com mão de obra ultra especializada, cria-se um sistema antifraude que entrega muita eficiência com pouquíssimo tempo de resposta.

Estudos de consultorias mostram que os gastos com soluções contra fraudes de identidade vão chegar a US$ 10,4 bilhões até 2023, enquanto os prejuízos decorrentes de fraudes de cartão de crédito alcançarão os US$ 35 bilhões até 2020.

Hoje, o mercado já conta com soluções de empresas especializadas em combate a fraudes que são capazes de otimizar a identificação de ameaças, gerar rapidez na investigação de alertas e na correção de problemas e podem reduzir significativamente a incidência de falsos-positivos nas análises de cada solicitação.

Para evitar fraudes, além de todas as práticas de segurança comuns a todas as instituições financeiras hoje em dia, é fundamental ir além e buscar parceiros que conheçam a ação de fraudadores nos mais minuciosos detalhes, incluindo o contexto de cada transação e das tentativas de fraudes em cada uma delas

Aliás, não é exagero afirmar que instituições presas às soluções antigas, e que não recebem inovação contínua para buscar soluções que ultrapassem os limites dos meios tradicionais, são grandes candidatas a ficar para trás na corrida cada vez mais feroz contra a concorrência.

Brasil é exemplo em combate a fraudes

Engana-se quem pensa que o Brasil, por seus problemas sociais e econômicos, não conta com tecnologia de ponta e mão de obra ultra especializada para combater fraudes. Por ser um país acostumado com a necessidade de proteção contra diversos tipos de crime, o Brasil desenvolveu, mais ou menos a partir do ano 2000, experiência suficiente para construir sistemas absolutamente sólidos de proteção contra fraudes nos mais diversos segmentos financeiros.

O país está, aliás, entre os mais modernos do mundo nesse quesito, especialmente com relação aos clientes. Cartão com chip e biometria em caixas eletrônicos, por exemplo, são tecnologias nas quais o Brasil é pioneiro.

Infelizmente, o brasileiro ainda é um dos mais afetados mundialmente por fraudes bancárias, já que a habilidade e a criatividade dos criminosos é realmente impressionante – o país é o número um em ataques de phishing para roubo de dados de cartão de crédito, por exemplo.

Este cenário faz com que o Brasil tenha, cada vez mais, profissionais especializados em segurança de dados e soluções antifraude. Contar com este tipo de mão de obra, no entanto, demanda um investimento que os bancos brasileiros já perceberam ter retorno praticamente garantido.

Proteger o bom cliente é primordial

Algo que jamais pode sair do ‘radar’ dos bancos e das outras instituições financeiras é que a maior vantagem de se combater a fraude com eficiência vai além de evitar prejuízos e manter a imagem da marca sem arranhões. Proteger e valorizar os clientes legítimos, fornecendo a melhor e mais segura experiência, é o maior ganho que pode existir para uma empresa que deseja alcançar o desenvolvimento sustentável do negócio.

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Escrito por

Jornalista responsável pela produção de conteúdo da ClearSale, é graduado pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduado em Comunicação Multimídia pela FAAP. Tem 10 anos de experiência em redação e edição de reportagens, tendo participado da cobertura dos principais acontecimentos do Brasil e do mundo. Renovado após seis meses de estudo e vivência no Canadá, aplica agora seus conhecimentos às necessidades do mundo corporativo na era do Big Data.

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