A 11ª edição do Fórum LIDE do Varejo, realizada no fim de março, em São Paulo, mais uma vez trouxe ao palco grandes personalidades da política e do varejo brasileiro para um debate fundamental sobre o futuro do setor no país. Luiza Helena Trajano, presidente do Magalu, João Doria, ex-governador de São Paulo e co-chairman do LIDE, Jorge Lima, secretário de desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo, e Eduardo Mônaco, diretor presidente da ClearSale, estiveram no palco para conversar sobre o consumidor no centro do varejo, equilíbrio fiscal, inteligência de dados, tecnologia, papel do setor no cenário econômico e, com grande destaque, a concessão de crédito.
Para Luiza Helena Trajano, o equilíbrio fiscal é primordial no processo de recuperação do varejo após a pandemia, com um crédito mais justo e responsável para alavancar o setor.
“Juros altos não trazem renda, nem crédito, nem emprego e, muito menos, consumo. O varejo, que é o maior empregador do Brasil, precisa de crédito, assim como o consumidor. Precisamos manter o protagonismo na economia”, diz a executiva, que também preside o grupo Mulheres do Brasil.
Para Eduardo Mônaco, o crédito mais justo e inclusivo, com um olhar mais positivador e menos negativador, deve ser uma importante alavanca para o crescimento do varejo nos próximos anos. “Nem todo mundo percebe, mas a principal fonte de informações de consumidores está no varejo. Ele tem uma riqueza de dados que precisa ser valorizada e blindada para o melhor uso, para garantir mais eficiência nas operações. A experiência do varejo precisa ser a base para todos os outros setores reaquecerem a economia daqui para a frente”, ressalta o diretor presidente da ClearSale.
Durante o debate, tanto Luiza Helena e Eduardo Mônaco quanto outros especialistas presentes no evento discutiram temas como taxas de juros e mercado financeiro, já que estes fatores afetam diretamente o crescimento do varejo. Para os presentes, o equilíbrio no crédito pode trazer crescimento da renda, e isso tem um reflexo praticamente imediato no varejo, que espera um 2023 de bons resultados.
Para a presidente do Magalu, a hora de agir é agora, e todos precisam estar envolvidos. Neste caminho, o executivo da ClearSale foi ao púlpito para falar como a empresa atua há mais de duas décadas por um mercado mais justo, seguro e confiável, com destaque para o quanto é possível usar a expertise do varejo para viabilizar a concessão do crédito para públicos que hoje não têm este acesso.
“O varejo é muito rico em dados de consumo das pessoas, e por analisarmos grande partes das transações digitais do Brasil, conseguimos aplicar tecnologia e inteligência para entender que, apesar de eventuais negativações ou coisas do tipo, as pessoas podem ser boas pagadoras e ter acesso a um crédito que hoje é engessado e restrito a um grupo muito pequeno de empresas e pessoas no Brasil”, diz Eduardo Mônaco.
O evento ainda teve espaço para uma conversa interessante sobre a digitalização do mercado varejista, que já vinha em crescimento, mas que ‘explodiu’ durante a pandemia, quando as pessoas estavam impedidas de circular em espaços físicos fechados e muitas lojas precisaram aprender rapidamente como vender no digital.
Com isso, já é possível identificar mudanças profundas no comportamento do consumidor, com novas exigências e foco maior em experiência. Colocar o cliente no centro de todas as decisões do varejo passa a ser primordial, e não fazê-lo pode até representar um grande passo para o fracasso. Em contrapartida, trabalhar na multicanalidade pode ser o caminho para o sucesso, em um cenário onde certamente há espaço para todos.