Nos últimos anos, principalmente durante o período mais crítico da pandemia, o mundo viu explodir a quantidade de tentativas de fraude em ambientes digitais. Segundo um levantamento realizado pelo Estadão, um dos principais veículos de imprensa do Brasil, os crimes no mercado financeiro em 2022 geraram prejuízos na casa dos R$ 2,5 bilhões.
Dentro deste cenário, todos aprenderam, de uma vez por todas, que a fraude é uma realidade, e que ignorar a voracidade e a sofisticação dos fraudadores é o primeiro passo para se tornar uma vítima, e que isso vale tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas.
Justamente por causa dessa consciência geral sobre necessidade de proteção, criminosos são obrigados a inovar e buscar novas maneiras de cometer seus crimes. E é a partir dessa lógica que surgem os mais diversos tipos de golpes todos os anos. No entanto, por mais criativos que possam ser, fraudadores sempre vão buscar algum tipo de vantagem financeira, e para isso precisam de contas aptas a receber os valores referentes aos golpes realizados com êxito.
E é aí que entra um ponto comum para quase todos os tipos de fraude no mundo atual: a conta laranja.
O que é conta laranja?
Embora seja uma nomenclatura cada vez mais utilizada, a conta laranja ainda não tem sua definição clara na cabeça de todas as pessoas, principalmente por sua grande abrangência.
Basicamente, é a conta aberta por fraudadores em alguma instituição financeira com consentimento do dono dos dados e utilizada de forma ilícita para transações fraudulentas.
Na maioria das vezes, os donos desses dados fazem isso em troca de vantagens financeiras. Como, por exemplo, recebimento de parte dos valores das fraudes.
Objetivo da conta laranja
Quando criminosos conseguem abrir uma conta laranja, o objetivo é que possam receber o dinheiro conseguido nas fraudes, de maneira que o rastreamento seja dificultado e que seu próprio nome não tenha ligação com o crime. Dessa forma, o fraudador consegue realizar movimentações bancárias com dinheiro do crime sem que se torne alvo em uma investigação, por exemplo.
Por isso mesmo, é muito comum que, em crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, contas laranjas sejam descobertas, mas nem sempre rapidamente ligadas aos verdadeiros criminosos – embora seja crime, também, usar os próprios dados para cometer fraudes deliberadas.
Além dessa função mais comum, as contas laranjas também permitem aos fraudadores obter cartões de crédito, empréstimos e financiamentos em nomes de terceiros, gerando diversos tipos de prejuízos para pessoas e empresas.
Por que laranja?
A origem deste termo, que obviamente nada tem a ver com a fruta ou com a cor, é brasileira, e se refere à pessoa que vende suas próprias informações a terceiros.
Como se proteger?
Como visto neste texto, em um mundo onde praticamente tudo está de alguma forma inserido em ambientes digitais, pessoas físicas e jurídicas estão altamente expostas a ataques de criminosos, uma vez em que dados são constantemente roubados ou vazados. Por isso, é importante deixar claro quais medidas podem ser tomadas para evitar problemas e prejuízos.
Para pessoas físicas, medidas simples como uso de senhas fortes, não compartilhar, em hipótese alguma, dados pessoais e bancários com terceiros, evitar a utilização de uma senha em mais de uma conta, não clicar em links desconhecidos e coisas do tipo já são suficientes para garantir alguma proteção. Pense que fraudadores buscam sempre o caminho mais fácil, e que provavelmente atacarão primeiro quem não toma os cuidados mais básicos.
Para pessoas jurídicas, no entanto, o caminho é um pouco mais complexo, pois, além de enfrentarem, via de regra, fraudes mais sofisticadas, também precisam lidar com um prejuízo de marca e reputação, que pode ir muito além do financeiro.
Neste caso, portanto, além de um trabalho interno focado na prevenção a fraudes e na gestão de riscos, é fundamental buscar parceiros especializados que possam entregar uma proteção do onboarding ao transacional.
Hoje, um fornecedor como a ClearSale, por exemplo, é capaz de orientar a construção de um modelo antifraude que junta diferentes características de diversos componentes – desde um trabalho eficiente de KYC antes do onboarding até a prevenção a fraudes no transacional - para orquestrar um motor de regras capaz de proteger empresas de ponta a ponta.
E isso só é possível quando se tem uma base de dados extremamente rica e sólida, muito conhecimento sobre o comportamento digital do consumidor e tecnologia suficiente para usar tecnologia e inteligência de dados na construção de modelos inovadores e disruptivos para a gestão de risco, prevenção e combate a fraudes.