20/03/2023 • 5 min. de leitura

MRC 2023: sucesso do Pix e outras tendências do maior evento de gestão riscos do mundo

Saiba o que aconteceu de mais importante na principal agenda anual do Merchant Risk Council

A edição deste ano do maior evento de gestão de riscos e combate a fraudes foi realizada entre os dias 6 e 9 de março, em Las Vegas, nos EUA, com a presença de pessoas do mundo todo, além das já tradicionais apresentações e debates sobre o que esperar deste mercado nos próximos anos.

Desta vez, no entanto, além do Pix, que foi apresentado como um grande case de sucesso e despertou o interesse de todo o público presente, houve bastante destaque para soluções que ultrapassam a barreira do comércio online e de uma fraude mais comum e direta.

Foram inúmeros conteúdos que abordaram crimes que surgiram das novas estruturas de negócio e das novas formas de pagamento que não param de nascer diante do avanço tecnológico constante. Essas fraudes têm causado grandes prejuízos e têm despertado uma busca muito grande por soluções inovadoras em todo o mercado.

E a ClearSale, como já faz há quase 10 anos, esteve presente ativamente no evento, inclusive como speaker, e traz agora um resumo do que de mais importante foi falado e que deve permear o mercado de gestão de risco e combate a fraudes daqui para frente.

Sucesso do Pix

Tido como um dos dois grandes destaques do evento – junto com as novas fraudes citadas anteriormente – o Pix teve um executivo do Banco Central como seu representante para contar a história deste novo arranjo de pagamentos, que rapidamente caiu no gosto do brasileiro.

Foi um conteúdo muito impactante para a audiência, principalmente quando os números do Pix, obtidos em tão pouco tempo, foram apresentados no palco. Muito foi falado sobre a abertura que o projeto teve para envolver o mercado financeiro, e de seu papel facilitador para que o Pix pudesse acontecer, além dos motivos que levaram a uma rápida adesão por parte do público, como gratuidade e boa experiência de usuário.

E neste ponto, houve destaque para a grande mobilização que existe de inúmeras empresas do mercado financeiro para a rápida implantação de novas funcionalidades do Pix, já que há uma grande quantidade de envolvidos e muita tecnologia para ser integrada. Como exemplo, foi citada a capacidade de parcelamento e recorrência de pagamentos via Pix, como assinatura de streamings e coisas do tipo, quase que substituindo cartões de crédito e até mesmo empréstimos.

Outro ponto abordado que gerou bastante interesse é o plano do Pix facilitar toda a cadeia de recebíveis quando se vende em marketplaces, com possibilidade de recebimento imediato por parte das empresas quando o consumidor paga por este meio, o que hoje ainda não acontece. Pelo contrário, ainda há uma dor muito grande do mercado, no sentido que é muito difícil organizar a remuneração de todos os players e realizar os pagamentos em um curto espaço de tempo.

Além disso, o Pix internacional foi colocado como uma iniciativa muito cogitada pelo Banco Central, já em andamento, para realizar integração e prover transações instantâneas e seguras entre diferentes países.

No entanto, não falaram muito sobre um risco importante de segurança como se viu no Brasil, que vai além de tecnologia, mas passa por sequestros e assaltos em ambientes físicos, e que teve um trabalho muito intenso por parte de diversos participantes para mitigar este risco.

Aplicação da lei

Em um conteúdo apresentado no primeiro dia do evento, representantes do parque da Universal, em Orlando (EUA), falaram sobre muitos problemas que vinham enfrentando com fraudes em venda de ingressos, inclusive chegando a fazer abordagens físicas a fraudadores que conseguiam identificar, mas que esbarravam na falta de leis específicas e outros fatores para conseguir mitigar o problema. Segundo eles, apenas com muita tecnologia conseguiram melhorar esta questão e chegaram a afirmar que construíram um sistema praticamente livre de fraudes.

USPS

A agência que funciona como os Correios dos EUA falou sobre o processo da fraude em vendas de selos, onde fraudadores compram diversos tipos e os vendem em mercados paralelos, gerando milhões de dólares em prejuízos todos os anos. A empresa mostrou a dificuldade em controlar essa questão, uma vez que há ainda, nos EUA, uma cultura que valoriza o envio de cartas por este meio.

Também foi mostrado que há um prejuízo com fraudes em transações tokenizadas, pela dificuldade de rastreamento, principalmente no uso de e-wallets para pagamentos. Além disso, há também os redirects, que acontecem quando fraudadores redirecionam cargas para fazer repasse de cargas roubadas, inclusive com roubo de etiquetas legitimas, o que faz com que a ação não pareça fraude, dificultando o combate.

FBI

Representantes da principal agência de segurança dos EUA falaram muito sobre a darkweb, como os dados de praticamente todas as pessoas podem estar expostos lá e como muitos dados de brasileiros têm vazado neste ambiente, sejam dados de cartões ou pessoais, geralmente vendidos entre US$ 4 a US$ 30, dependendo do quão valiosos e verdadeiros são.

Os agentes mostraram um problema que têm combatido nas compras de cupons com cartões fraudados, e como isso tem se tornado um grande negócio para criminosos, até porque, em alguns marketplaces, é possível trocar cupons por dinheiro. Existe, segundo eles, um mercado de cuponização que é difícil de rastrear e precisa de uma solução urgente, que é o que eles têm buscado.

Recessão e aumento da fraude

A recessão econômica fez com que a fraude crescesse consideravelmente nos EUA nos últimos tempos. A lógica é simples: em uma sociedade na qual muitas pessoas que começam a ter problemas de dinheiro, há uma tendência de que algumas delas possam considerar o cometimento de fraudes para tentar manter um determinado padrão de vida.

Para a indústria e outros setores, isso deve representar um fator de alerta, visto que em mercados emergentes o alto índice de fraude tem relação direta com desigualdade social e população em dificuldades financeiras. Nos EUA, o comparativo pré e pós-recessão é bem significativo.

Roubo de contas

Apesar de comum e conhecida, ainda é uma fraude mais fácil para os fraudadores, pois há imaturidade na segurança deste ponto em muitos sites e lojas virtuais nos EUA. Em 2022, segundo uma pesquisa do próprio MRC, pelo menos 22% das lojas virtuais dos EUA sofreram esse tipo de fraude ao menos uma vez.

Uso de dados

Utilizar dados para evitar fraudes, que é a grande força da ClearSale, foi mais uma vez apontado como peça chave na gestão de riscos e combate a fraudes no mundo. A capacidade de usar dados para proteger o mercado e de otimizar a utilização destas informações não é uma tarefa simples, e, por isso, a ClearSale se mostra tão sedutora também no mercado internacional.

Além disso, há também a questão de melhoria da experiência do usuário. A prevenção a fraudes precisa olhar para isso, todos esperam mais vendas, não apenas redução de fraudes, e os consumidores já deram diversas demonstrações que compram mais onde acham seguro e onde sabem que não serão indevidamente bloqueados. Importante ressaltar que barrar bons clientes pode ser mais caro do que tomar uma fraude.

ClearSale na vanguarda

Impossível não dizer que muitas das soluções apresentadas no evento, principalmente no que diz respeito às soluções dos meios de pagamento, parecem ainda imaturas diante do que a ClearSale já faz há duas décadas. Muitas soluções soam até rudimentares em alguns casos. É um mercado que ainda vê soluções muito rasas, dada a velocidade da fraude. O Brasil faz com que haja essa expertise, e muitas das coisas feitas aqui há algum tempo são colocadas como grandes novidades em um evento que é tido como o que dita tendências para o setor no mundo todo.

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Jornalista responsável pela produção de conteúdo da ClearSale, é graduado pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduado em Comunicação Multimídia pela FAAP. Tem 10 anos de experiência em redação e edição de reportagens, tendo participado da cobertura dos principais acontecimentos do Brasil e do mundo. Renovado após seis meses de estudo e vivência no Canadá, aplica agora seus conhecimentos às necessidades do mundo corporativo na era do Big Data.

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