South Summit 2023: primeiro dia deixa lição de tolerância ao erro e importância da pauta ESG
O South Summit 2023, evento realizado em Porto Alegre nesta semana, começou ensolarado na sua segunda edição no Brasil. Por falar em Brasil, Luiza Trajano abriu o palco principal dizendo: “Vamos assumir o Brasil como nosso, deixar de ser o país do futuro para ser o país do pra já”.
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Para isso, no entanto, é preciso coragem. Afinal, só não erra quem não faz e Luiza Trajano deixou claro que errar faz parte do aprendizado. Além disso, a líder do Magazine Luiza falou sobre a importância das pessoas aprenderem a escutar o que elas não querem ouvir: “Minha maior vontade é fazer acontecer sem o objetivo de ser perfeita. Eu continuo errando e continuo fazendo. Que bom que eu errei, porque agora não vou errar mais”.
Errar faz parte do processo, e a empresária brasileira indaga: Como você aprendeu a andar? Como você aprendeu a falar?
Gustavo Werneck da Cunha, CEO da Gerdau, reforçou: "A transformação digital só acontece dentro de uma cultura que tolera o erro e com poucas hierarquias”.
Ele também destacou a urgência da reinvenção de empresas centenárias: “Elas precisam se libertar de velhos paradigmas e voltar para o campo da escola, essa é a grande virada”.
Gustavo apontou que a Gerdau é uma empresa que está aprendendo a ser ambidestra. Ele explica que ambidestria é ir no limite da performance dos negócios tradicionais para financiar o crescimento de novos negócios. Parece simples, mas exige muito trabalho e foco, já que nada acontece sem estar alinhado à cultura, e que essa transformação é demorada, mas fundamental para a sobrevivência de grandes empresas.
Ele ainda destaca: “Liderança se exerce com exemplo, não com palavras”.
Inovações para um mundo melhor
Outro tema que esteve presente nos palcos e em toda a estrutura do festival foi a sustentabilidade. Um assunto que já não é novidade ou tendência, é uma questão de existência.
A sustentabilidade fez as empresas ressignificarem seus propósitos. Nessa transformação, fornecedores viraram parceiros, visto que as empresas precisam incentivar iniciativas ESG de dentro para fora, ou seja, não somente no core, mas de uma maneira que impacte todo seu ecossistema e cadeia. O grande ônus da sustentabilidade acontece quando as pequenas empresas aderem ao movimento.
Tania Cosentino, Presidente da Microsoft Brasil, reforça que é possível produzir e preservar, fazer bem para o planeta e também para os negócios, porém precisamos ir das promessas ao progresso. Ela disse, com muita confiança, que ESG é uma jornada e que sustentabilidade baseada em dados ajuda todos a irem mais longe. Afinal, não conseguimos melhorar o que não conseguimos medir. Por exemplo, Robyn O’Brien, co-founder and Managing Director of rePlant Capita, trouxe luz para uma grande oportunidade: o solo é uma base de dados.
Um case interessante da Microsoft é a plataforma Previsia, que monitora a floresta amazônica por meio de satélites, e consegue identificar áreas com possibilidades de desmatamento. Também é possível identificar mineração ilegal, por exemplo.
A velocidade das mudanças está criando novos desafios e aumentando desigualdades. O que está em questão são os valores éticos e morais de como vamos utilizar essas tecnologias.
Aqui, surge um conceito já dito anos atrás, sobre o lucro com propósito. Luiza Trajano usa uma ótima analogia: “Temos uma raquete de ping pong, quando cai o propósito, tem que voltar, quando cai o lucro, também tem que voltar”.
Andrew Winston, co-autor do livro Net Positive: How Courageous Companies Thrive by Giving More Than They Take, falou bonito: “Não fazer nada custa mais caro do que fazer alguma coisa”. As empresas precisam resolver problemas sem criar novos, oferecer mais do que tirar”.
Quando falamos em inovação, logo pensamos em startups, unicórnios, entre outros conceitos. Mas o Celso Athayde, do Favela Holding e CUFA, direcionou os holofotes para a potência da favela.
Ele não gosta de dizer comunidade carente. Uma coisa é você ser baixa renda, outra coisa é você ser carente. Tem desvantagens, sim, mas não carência. Afinal, se as favelas brasileiras formassem um estado, seria o terceiro maior do Brasil em população e economia. Além do mais, a favela consome mais, segundo ele, que a soma de todo o consumo do Paraguai e da Bolívia.
“Sempre empreendi, mas não sabia que era empreendedor. No dicionário da favela, empreender é ‘dar os pulos’ e ‘ fazer o corre’, são outras linguagens”, diz ele.
As marcas se comunicam mal com a favela, e a favela não quer mais ser catequizada.
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