Biometria é um método de autenticação, ou seja, uma forma de confirmar a identidade das pessoas, que possui a capacidade de reconhecê-las através de seus traços físicos e biológicos.
O termo, que tem origem no latim e significa “medição da vida”, pode ser entendido, de forma mais ampla, como o estudo estatístico sobre as características físicas e comportamentais do indivíduo.
Apesar de ser bastante popular nos dias de hoje, o uso da biometria não é algo recente. Segundo a National Science and Technology Council (2006), registros deste tipo de autenticação existem desde a pré-história.
De acordo com a instituição, foi encontrado, em uma caverna datada de 31.000 anos atrás, paredes que continham pinturas pré-históricas, e, em torno destas pinturas, foram identificadas marcas de mãos que serviriam como assinaturas dos artistas.
Além disso, há registros do uso de impressões digitais em transações comerciais desde a Babilônia, em 500 a.C. Outras sociedades como o Egito Antigo, as dinastias chinesas e os reinos da Idade Média também utilizavam formas de biometria.
Os métodos de biometria similares aos que conhecemos atualmente surgiram em meados do século XIX, e hoje em dia possuem um papel importante na segurança da informação, garantindo a autenticidade da identidade digital das pessoas.
Atualmente, o mundo digital já faz parte do nosso cotidiano e está completamente integrado às nossas atividades, com a maioria dos processos que fazemos sendo realizados parcial ou inteiramente através de um aplicativo em um smartphone ou de um site ou software em um computador.
A digitalização dos processos já é uma realidade para a maioria das pessoas, como mostra o estudo Digital 2022: Global Overview Report, publicado pelo site Datareporta. De acordo com os dados publicados, o número de usuários ativos da internet alcançou a marca de 5 bilhões de pessoas em janeiro de 2022, que gastam, em média, 7 horas por dia no mundo digital.
Assim como no mundo real, no mundo digital também é necessário identificar e garantir a autenticidade dos usuários que estão acessando as plataformas, sejam elas uma rede social, um aplicativo de uma instituição financeira ou um site do governo. Para isso serve a identidade digital.
Ela se torna ainda mais importante quando o assunto é transações financeiras online. Garantir a autenticidade dos usuários em operações como compras online e transferências bancárias é essencial para evitar fraudes e outros crimes virtuais.
No Brasil, acontecem 2,8 mil tentativas de golpe por minuto, por isso é importante se proteger. E a biometria é uma das principais formas de garantir a segurança das transações online, pois, diferente de senhas e outros meios de autenticação, ela é uma forma única de autenticação, ou seja, só pode ser realizada pelo próprio usuário.
Além disso, a biometria possui várias tecnologias embutidas para evitar fraudes, como, no caso do reconhecimento facial, o liveness, uma ferramenta utilizada para garantir que a foto tirada no momento da autenticação é real e foi capturada naquele momento pelo usuário, e não é uma foto ou vídeo antigo que está sendo usada por um fraudador.
Mas vale ressaltar que, para garantir um sistema de autenticação seguro e confiável, é recomendado utilizar mais de uma forma de autenticação. Por isso, a biometria deve vir acompanhada de outras formas de autenticação, como autenticação do número de telefone, dos documentos (documentoscopia), entre outros.
Seja no uso pessoal cotidiano, através do reconhecimento facial ou da impressão digital nos celulares, no reconhecimento de voz das assistentes virtuais, ou no uso da biometria feito por instituições financeiras ou governamentais, esse recurso é essencial nos dias de hoje para garantir a autenticidade da identidade digital das pessoas.
Por isso, existem diferentes tipos de biometrias. Confira os principais:
Um dos principais tipos de biometria é a impressão digital, que é utilizada há muitos anos, antes mesmo do surgimento e popularização das identificações digitais, presente a muito tempo nos RGs, por exemplo.
Requisito para o cadastro em diversas instituições e plataformas, a impressão digital é uma das formas de autenticação mais segura, pois ela é única, ou seja, é impossível que uma pessoa tenha a mesma impressão digital que outra.
Atualmente, ela é utilizada em diversas ocasiões, como na autenticação digital de bancos e no desbloqueio de smartphones, além de estar presente em portarias de condomínios, no processo de identificação dos moradores.
Entretanto, existem pessoas que podem enfrentar dificuldades no cadastro e autenticação da impressão digital, como aquelas que possuem queimaduras nos dedos, ou outros problemas similares.
Este tipo de biometria, utilizada desde os anos 60, se baseia nas características biológicas da face das pessoas. Através dela, é possível extrair os dados biométricos e realizar uma comparação com dados biométricos armazenados, vinculados a um CPF, realizando uma autenticação segura dos usuários.
Ou seja, é possível utilizar uma foto tirada no momento da autenticação, comparar com uma foto que já estava em um banco de dados, e gerar um score que mede a autenticidade daquela foto tirada no momento da autenticação.
Este tipo de tecnologia envolve o uso de sistemas de computação visual, técnicas de machine learning e inteligência artificial, e evoluiu bastante ao longo dos anos, aumentando sua precisão ao ponto de, atualmente, conseguir identificar o rosto das pessoas mesmo que elas estejam utilizando óculos e outros adereços visuais.
Atualmente essa forma de autenticação também é bastante utilizada por instituições financeiras e em smartphones. Ela também é usada pela polícia e outros órgãos do governo para encontrar pessoas desaparecidas ou procuradas.
A identificação e controle de acesso de moradores em portarias e o uso desta biometria para reforçar a autenticação de documentos (documentoscopia), como quando é necessário enviar uma foto da pessoa segurando seu RG, são outros exemplos do uso do reconhecimento facial.
Este tipo de biometria utiliza padrões da fala e do tom de voz de uma pessoa para realizar a identificação e autenticação. Ele é bastante utilizado em assistentes virtuais , como a Siri, da Apple, e a Alexa, da Amazon.
Nossos olhos possuem características únicas que podem ser utilizadas como forma de identificação e autenticação, entre elas a íris e a retina.
A íris, parte mais visível do olho que tem como função controlar os níveis de luz recebidos, e a retina, camada fina de tecido que reveste a parte de trás da superfície interna do olho, podem ser usadas como biometria.
Esta tecnologia não é muito comum, pois é bastante complexa e cara, mas já foi utilizada em alguns smartphones, como as linhas Galaxy S8 e S9 da Samsung, e atualmente é utilizada em alguns aeroportos, portos e fronteiras entre países para o controle da entrada e saída de pessoas.
Além destes, existem também outros tipos menos comuns de biometrias, como a análise da geometria da mão, reconhecimento da assinatura, biometria comportamental e biometria vascular.
Os fraudadores, assim como as tecnologias e formas de autenticação, tem evoluído cada vez mais, por isso existe uma crescente preocupação com a cibersegurança e proteção de dados.
A autenticação biométrica é um destes esforços, que garante a segurança tanto dos usuários, protegendo-os do uso indevido de seus dados, quanto das empresas, garantindo a legitimidade de seus usuários e evitando prejuízos e golpes.
Os principais benefícios da autenticação biométrica são:
Como já citado anteriormente, a biometria existe desde a pré-história e vem evoluindo de forma constante, principalmente na era digital, com a demanda por uma maior segurança de dados e o surgimento de novas tecnologias como machine learning, inteligência artificial, métodos de criptografia, entre outros.
Essa evolução constante trouxe consigo diversas inovações no campo da autenticação biométrica, algumas delas são:
Como uma forma de facilitar o acesso e reunir diversos documentos em um só lugar, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criou o Documento Nacional de Identificação (DNI), um novo modelo de identificação totalmente digital disponível para pessoas que cadastraram sua biometria nos sistemas do governo.
O documento compila a CNH, RG, CPF e Título de Eleitor em uma só plataforma, acessível de qualquer dispositivo com acesso à internet. A proposta do governo federal é que, com o tempo, este documento digital substitua completamente as versões físicas.
A biometria também está presente no trânsito, em que é utilizada para garantir a segurança dos motoristas.
Além da impressão digital, já comum no cadastro dos motoristas, atualmente diversos estados brasileiros já adotaram o reconhecimento facial para identificar de forma rápida e prática, pelas câmeras de segurança das ruas, motoristas que cometem infrações no trânsito.
Além disso, existem iniciativas que planejam utilizar o reconhecimento facial dentro dos carros, detectando quando os motoristas estão cansados ou com sono, ativando alertas para notificá-los, evitando, assim, possíveis acidentes de trânsito.
Outro uso da biometria que tem se tornado cada vez mais comum é sua aplicação em fechaduras, nas chamadas fechaduras inteligentes.
O uso deste tipo de fechadura dispensa a necessidade de chaves e possibilita a entrada e saída das pessoas dos locais através de sua impressão digital, garantindo mais praticidade e segurança para as casas e estabelecimentos.
Segundo pesquisas da Juniper Research, em alguns anos será possível fazer compras sem a necessidade de um cartão, dinheiro ou dispositivo para pagamento, apenas com sua biometria.
Com uma integração cada vez maior da biometria com as instituições financeiras, essa realidade está cada vez mais presente. No Brasil, a primeira transação feita através do reconhecimento facial aconteceu em 2021, já em outros países como a China e a Rússia, esta inovação já está presente em diversos estabelecimentos e instituições.
Mesmo sendo uma tecnologia essencial nos dias de hoje, utilizada em diferentes segmentos da sociedade, ainda existem pessoas que possuem dúvidas e desconfianças em relação ao uso da biometria.
Por isso, existem estratégias que podem ser adotadas para evitar fricções no uso da biometria, como:
Quanto mais fácil e intuitivo for o uso da biometria, maior as chances de aceitação dos usuários. Uma forma de fazer isso é com a captura automática das fotos das pessoas na hora do reconhecimento facial, tornando a experiência do usuário ainda mais simples e rápida.
Outra estratégia utilizada para diminuir a recusa à biometria é mostrar como ela torna a vida das pessoas mais prática, dispensando a necessidade, por exemplo, de ir presencialmente a agências bancárias e outras instituições para confirmar sua identidade.
O medo do vazamento de dados também é uma insegurança das pessoas em relação à biometria.
Por isso, explicitar as estratégias de privacidade e segurança de dados utilizadas pela empresa para o usuário auxilia na construção de uma maior confiança neste método de autenticação.
Uma dica importante para os usuários é ficar ligado em pedidos de biometria desassociados de instituições das quais a pessoa é cliente ou está criando uma conta no momento.
Pois esse tipo de autenticação só será pedida quando o usuário estiver realizando alguma ação dentro do aplicativo ou site da empresa, como uma compra, acesso à conta ou transação financeira.
Assim como as tecnologias de biometria, os fraudadores também vêm evoluindo e criando novas formas de cometer crimes virtuais. Por isso é importante contar com uma solução antifraude eficaz, que proteja os dados da sua empresa e dos seus clientes. Para saber mais, acesse o site de ClearSale e conheça as principais soluções antifraude do mercado.