Já faz certo tempo que o termo compliance não é mais uma inovação para empresas, principalmente no segmento financeiro. A questão, no entanto, é que algumas delas ainda tratam essa área — que aborda regras, práticas e protocolos — com certa negligência.
Basta acontecer algum tipo de problema que envolva o caixa ou a imagem das corporações, para que percebam a importância existente em uma boa política desse conceito. E, nestes casos, é somente em meio à crise que essa atividade é valorizada.
Neste artigo, mostraremos o que é, quais são os benefícios que ele proporciona, como pode ser implementado, entre outros elementos. Continue lendo!
Em tradução literal, o termo significa conformidade. No caso de sua aplicação em empresas, o compliance é definido como uma atividade praticamente obrigatória para manter a organização rigorosamente em conformidade com todas as leis gerais e regulamentações específicas de seu ramo de atuação.
Cabe também ao mesmo, garantir que todas as pessoas envolvidas na execução do negócio, direta ou indiretamente, cumpram todas as regras de modo que o funcionamento da empresa esteja dentro das normas.
O universo empresarial tem obrigações muito amplas. Diariamente, empresários, gestores e colaboradores precisam estar atentos a uma série de procedimentos que devem ser realizados com sucesso. Um deslize no processo, por exemplo, pode gerar problemas na gestão e até mesmo multas pesadas para o negócio.
Então, o compliance da empresa é um conceito que tem por objetivo proporcionar a formatação de todas essas obrigações, fazendo com que a gestão cumpra cada uma delas de forma correta. Isso mantém o negócio em perfeito estado de conformidade com todas as atribuições exigidas pela lei ou pela própria administração interna.
A ideia teve início no ambiente público, especificamente no sistema bancário do século XX, com a criação do Banco Central dos Estados Unidos. O objetivo era tornar o mercado financeiro flexível, estável, seguro e transparente, em conformidade com as leis vigentes de anticorrupção e de proteção do sistema monetário.
No Brasil, a proposta surgiu em 1992 com a Associação Brasileira de Bancos Internacionais (ABBI). Com o passar do tempo, o conceito invadiu o ambiente dos órgãos públicos e, por fim, também das empresas privadas.
As empresas que levam o compliance empresarial a sério mostram que se preocupam com a integridade e credibilidade de sua imagem — o que ajuda a atrair parceiros estratégicos e pessoas idôneas para a execução do trabalho. Confira outras vantagens!
Todo negócio tem diversos tipos de riscos envolvidos, e um deles é o de compliance. Assim como em uma análise de risco financeiro, trabalhar em cima dos riscos relacionados à essa aplicação é muito importante.
Quando uma empresa não tem isso bem mapeado e não trabalha fortemente para se manter em conformidade com todas as leis e regulamentações, fica sujeita a problemas que podem causar multas ou até facilitar a ocorrência de corrupção e lavagem de dinheiro, por exemplo.
O foco inicial é garantir que a empresa esteja em conformidade com regras e setores com quem mantém contato, proporcionando benefícios aos clientes, fornecedores e ao próprio governo. Contudo, ela também pode ser beneficiada com essa proposta. Afinal, é possível identificar eventuais problemas que, se persistirem, ocasionam multas e demais sanções.
É só imaginar que determinado setor fiscal está deixando de registrar algumas vendas. Se isso perdurar, a empresa pode ser colocada na mira dos órgãos de fiscalização, correndo um grande risco de ser multada. O compliance empresarial auxilia na identificação dessas falhas e, principalmente, na resolução dos impasses.
Quando você implementa esse conceito, passa uma mensagem ao mercado de que o seu negócio se preocupa com a transparência das suas operações. Isso demonstra, sobretudo, que a empresa está dedicando esforços para garantir o cumprimento de todas as obrigações impostas.
Em época de viralizações e de um alto volume de informações lançadas na internet diariamente é comum que as pessoas conheçam muito sobre as empresas. Logo, é provável que a sua preocupação seja enxergada como algo positivo por quem acompanha a marca.
Os times que trabalham com essa gestão têm cada vez mais importância dentro das organizações. O grande objetivo de todos eles é manter a empresa distante de desvios em relação às leis e normas vigentes em seu ramo de atuação, evitando problemas financeiros, conflitos judiciais, danos de imagem etc.
Ao estar em conformidade com todas as suas obrigações, o empresário terá mais tempo para se dedicar a outras tarefas do negócio. Entre elas, podemos destacar gerenciamento de equipes, controles financeiros, análise de relatórios, relacionamento com clientes e negociação com fornecedores.
Nesse sentido, mesmo que esse aplicação ocupe tempo do empresário e seus colaboradores no início, a partir da sua implementação ele consegue caminhar sozinho.
Apesar de poder variar de acordo com o porte e o ramo de atuação de cada empresa, sua estratégia passará, quase que obrigatoriamente, pelos pontos listados abaixo.
Todas as pessoas envolvidas com a empresa devem conhecer os códigos de conduta, procedimentos éticos e tudo que envolve o funcionamento do negócio. Treinamentos bem planejados e realizados, assim como bons processos de onboarding, são fundamentais para esse tipo de propósito.
É imprescindível investir em treinamentos quando se trata de conceitos como o compliance e outras ferramentas mais modernas. Afinal, muitos dos colaboradores ainda estão se adaptando a essas novidades.
Além disso, é crucial garantir a reciclagem da equipe. Isso porque metodologias e tendências sofrem mutações com muita frequência, exigindo novas formações para alinhar seus times com o que há de mais moderno.
Monitorar e realizar auditorias constantes é fundamental para a saúde de qualquer negócio, seja qual for o tamanho da empresa e o ramo de atuação sob o qual ela está imersa.
Elas são essenciais para garantir a precisão e a veracidade de registros e documentos contábeis, prevenindo problemas como fraudes ou irregularidades fiscais. Por meio dessa prática é possível encontrar contratempos nos sistemas de controle interno e financeiro, bem como apresentar recomendações para melhorá-los.
A Due Diligence financeira é uma diligência prévia para o levantamento detalhado de informações de uma empresa. Geralmente, tem foco em uma possível negociação para que se possa ter maior segurança na realização de uma transação importante.
É uma espécie de auditoria que envolve o estudo, a análise e a avaliação detalhada de informações que não precisam ser, necessariamente, apenas de aspectos financeiros e contábeis. Também pode ir pelos vieses previdenciários, trabalhistas, imobiliários, tecnológicos e jurídicos de uma organização.
A implementação deve observar algumas melhores práticas específicas para funcionar e gerar os resultados esperados. Veja quais são elas!
A implementação de um programa de integridade de uma empresa passa pela avaliação dos perigos que a circulam. Ou seja, é o momento de entender as interações que podem gerar os diversos tipos de riscos em sua operação.
Essa avaliação de riscos também pode ser entendida como uma fase de identificação. É o momento em que o empresário deve entender quais elementos internos ou externos podem colocar seu negócio em risco.
Alguns exemplos são a análise dos riscos de vazamento de dados, os fluxos de trabalhos incorretos que possam atrasar a chegada de informações, o cumprimento de obrigações acessórias, o pagamento de gastos etc. Absolutamente tudo deve ser pensado sem deixar de lado nenhum setor, por mais simples que ele possa parecer.
A próxima regra utiliza os riscos identificados na etapa anterior. Nesse caso, o empresário deve implementar mecanismos para controlar todos os pontos levantados, protegendo a empresa quanto a eventuais problemas que possam surgir.
Essa etapa deve ser implementada na empresa em sua totalidade. Ou seja, não adianta pensar na adoção desse conceito em um setor e esquecer outro. Por exemplo, imagine que você elabora todo o conceito de compliance no setor financeiro e se esquece do departamento pessoal.
Apesar de o primeiro setor estar em perfeita conformidade com suas obrigações, é possível que o outro cause danos para o financeiro. Assim, o foco está tão direcionado ao setor financeiro, que o negócio é incapaz de perceber problemas nos Recursos Humanos.
Obviamente, em alguns casos, é desafiador implementar em toda empresa de uma só vez. Contudo, sempre tenha em mente que todos os departamentos devem estar em perfeito alinhamento. Mesmo que seja colocado em prática em etapas, é fundamental não parar até que todas as áreas estejam em conformidade.
Por fim, temos o monitoramento e a adoção de ações que previnem eventuais problemas. O principal, claro, é que se corrijam erros que fazem a sua empresa estar em desconformidade com algumas das regras impostas a ela.
Como você pode perceber, o compliance empresarial é uma estratégia que, de fato, pode revolucionar o seu negócio. Sem esse tipo de processo, sua empresa pode estar em risco de ter prejuízos no futuro, especialmente por não entender o caminho que ela está seguindo.
Gostou deste artigo? Então, entre em contato conosco para saber mais sobre esse processo e como ele pode ser implementado na sua empresa!