19/04/2022 • 9 min. de leitura

Due Diligence: o que é, objetivo e aplicações

Saiba mais sobre este processo, que é cada vez mais comum dentro dos protocolos de segurança das organizações

Você já ouviu falar no termo Due Diligence? Em tempos nos quais as oportunidades de negócio ganham inúmeras alternativas todos os dias, principalmente com o desenvolvimento dinâmico de novas tecnologias, é cada vez mais comum a adoção de novos protocolos de segurança e compliance para os mais variados setores do mercado, principalmente o financeiro.

E é nesse cenário que surge a Due Diligence. Originado dos processos de fusão e aquisição, o conceito é cada vez mais fundamental no mundo dos negócios. É uma prática que pode ser comparada a uma auditoria, embora seja mais aprofundada e complexa.

Para que você possa entender mais sobre Due Diligence e suas particularidades, veja neste post um conteúdo completo sobre o que ela abrange, bem como sua importância quando aplicada corretamente. Confira!

O que é Due Diligence: entenda o conceito

A Due Diligence é o termo que, na tradução do inglês, pode ser definido como uma diligência prévia que se faz para o levantamento detalhado de informações de uma empresa, geralmente com foco em uma possível negociação, para que se possa ter maior segurança na realização de uma transação importante.

É uma espécie de auditoria que envolve o estudo, a análise e a avaliação detalhada de informações, que não precisam ser, necessariamente, apenas de aspectos financeiros e contábeis, mas também previdenciários, trabalhistas, imobiliários, tecnológicos e jurídicos de uma organização.

Em quais situações o Due Diligence pode ser aplicado?

O Due Diligence por si só é um termo bastante abrangente e variado. É, em seu núcleo, um esforço para aprofundar o conhecimento de gestores sobre a própria empresa, identificando riscos e oportunidades, acompanhando de perto indicadores e investindo em ação em vez de reação.

Portanto, para entender melhor sua aplicação, é possível fazer uma análise mais prática sobre o conceito, entendendo em que momentos ele é mais importante para garantir assertividade de decisões e sucesso em escolhas de negócio. Veja em que cenários é mais comum aplicar Due Diligence.

Fusões e aquisições

As origens do Due Diligence vêm não da análise de rotina de um negócio, mas da investigação necessária quando empresas desejam se unir ou adquirir outras. É um processo já tradicional de análise de fit de mercado, situação financeira, alinhamento de objetivos e cenário jurídico e fiscal das partes que podem significar riscos para o processo.

Foi apenas com o desenvolvimento maior da tecnologia, que deu mais acessibilidade e agilidade à análise de grandes volumes de dados, que esse modelo de Due Diligence tão eficiente se tornou replicável para cenários mais internos de gestão.

Desenvolvimento de estratégias de negócio

A elaboração de planos de negócio vem se tornando cada vez mais frequente com um mercado que exige mudanças de caminho e adequação a tendências com mais velocidade. Seja por disrupção ou por interação, as empresas precisam estar sempre buscando novos caminhos.

O Due Diligence pode ser inserido como um facilitador na aprovação desses planos. Com uma boa estrutura, é possível confrontar ideias com uma visão ampla de riscos e oportunidades e determinar se há um fit ideal para o futuro — se aquela estratégia pode de fato alcançar os objetivos traçados.

Escolha de fornecedores

Se eficiência é um grande fator para o sucesso das empresas atualmente, isso significa que cada escolha importa, inclusive a dos seus fornecedores.

Neste caso, o Due Diligence pode atuar tanto na realidade do seu negócio quanto na pesquisa profunda sobre a maturidade e as características dos potenciais parceiros de produção. Assim, é possível encontrar fornecedores que maximizarão sua capacidade produtiva e o lucro da empresa, com relacionamentos de crescimento mútuo que dão estabilidade para sua entrega ao público final.

O que é Due Diligence Financeira

Dentre essas possibilidades anteriores, é interessante destacar um tipo de diligência fundamental para a eficiência e sucesso de gestão na era da transformação digital.

A Due Diligence Financeira é um processo ainda mais profundo do que uma auditoria como é conhecida hoje em dia, feita mais especificamente para levantar informações sobre questões financeiras de uma organização. Dessa forma, torna-se viável a análise mais diretamente ligada à oportunidade de negócio, bem como ao risco inerente que qualquer operação financeira traz consigo.

Isso se reflete em todo o planejamento da empresa, passando por escolha de fornecedores, investimento em operação, inclusão de tecnologia na gestão e possíveis oportunidades de aquisições no mercado. Nesse sentido, podemos dizer que Due Diligence financeira é um suporte para todas as decisões baseadas em inteligência de negócio.

Qual é a importância da Due Diligence de uma forma geral

O mercado está passando por uma mudança profunda nessa era de transformação digital, em que o acesso à informação e investimento em gestão baseada em dados aponta os caminhos a serem trilhados com velocidade e eficiência.

Um estudo de 2021 demonstra essa importância ao reportar que negócios que investem em soluções como Inteligência de Dados, Big Data e Mobilidade crescem até 60% a partir do momento em que são colocadas em prática. E essa busca por tecnologia tem tudo a ver com a proposta do Due Diligence, de utilizar informação relevante como base na tomada de decisões em aquisições, fusões e parcerias.

Na retomada de M&A (Merges & Acquisitions) no Brasil em 2021, um destaque foi exatamente a dificuldade de visão assertiva de questões financeiras e de compliance durante esses processos. A devida diligência, portanto, é uma ferramenta de mitigação de riscos e acesso a novas oportunidades de futuro que talvez fossem impossíveis ou muito pouco acessíveis para serem abordadas antes da era digital.

Hoje, diferentes tamanhos e naturezas de negócio podem utilizar a tecnologia como preparação para suas estratégias, consolidando seu plano de ação e dando previsibilidade a seus resultados, mesmo em estágios iniciais de novos planos. Com dados se tornando cada vez mais valiosos, é um canal para dar relevância a eles e, consequentemente, mais visão para gestores.

Por que fazer a Due Diligence

Os motivos que tornam a Due Diligence extremamente importante são diversos. Ao se realizar esse processo da maneira correta, é possível extrair informações certeiras sobre a real situação da organização que está sob estudo, trazendo, assim, maior embasamento para uma tomada de decisão eficiente.

Como já se sabe, oportunidades e riscos fazem parte de todo tipo de negócio, mas a forma como se faz a sua mensuração é o que pode fazer a diferença entre o sucesso ou não. Nesse contexto, a Due Diligence Financeira consegue expor erros nas operações, possibilidades de fraudes, pontos críticos etc.

De forma geral, pode-se dizer que o processo permite uma visão mais ampla da real situação de uma organização.

Quando é necessário fazer a Due Diligence

Para o crescimento sustentável do negócio, fazer regularmente um processo de Due Diligence é sempre recomendável. No entanto, por se tratar de um trabalho profundo e complexo, nem sempre é possível alcançar esse "mundo ideal".

Por isso, pode-se dizer que a Due Diligence é praticamente obrigatória em grandes movimentações empresariais, como compras, vendas, fusões, incorporações e outras ações do gênero. Afinal de contas, somente com esse processo bem realizado será possível conhecer a fundo alguns detalhes importantes para esse tipo de tomada de decisão.

No entanto, sempre que investimentos significativos estão em jogo, é recomendável que se faça a Due Diligence Financeira com extremo cuidado, para mitigar os riscos e diminuir a possibilidade de transtornos futuros.

O que a Due Diligence Financeira analisa

A gama de coisas que a Due Diligence Financeira analisa pode ser bastante grande, mas sem dúvida há algumas que são mais comuns e que não podem deixar de ser consideradas para que o melhor resultado seja alcançado. Veja quais são, a seguir.

Documentos financeiros

Idealmente, absolutamente todos os documentos e registros financeiros devem ser avaliados e submetidos a um estudo criterioso. Balanços e demonstrações de resultados e financeiras, preferencialmente dos últimos quatro ou cinco anos, devem entrar no processo. Certidões fiscais, dados sobre ativos e passos da empresa, declarações tributárias e atas relevantes também podem entrar na Due Diligence Financeira.

Ou seja, é uma análise que se concentra em verificar dados financeiros e avaliar a performance do negócio. Ganhos, bens, fluxo de fundos, dívidas, administração e plano de negócio também são considerados nesse momento da análise.

Relatórios fiscais e contábeis

A análise anteriormente citada trará, obviamente, resultados. A partir desses resultados, muitos relatórios provavelmente serão produzidos para atestar riscos e oportunidades de melhorias, além de indicar o que já tem funcionamento eficiente dentro das organizações.

Cabe ao processo de Due Diligence Financeira fazer uma análise profunda também desses relatórios, para que pontos importantes sejam considerados e, se necessário, devidamente reportados às instâncias competentes.

Essa análise necessita de uma revisão minuciosa de livros e documentos fiscais por parte de profissionais com conhecimentos específicos sobre código tributário e jurisdições aplicáveis em um determinado caso que esteja sob avaliação.

Dados legais

Essa parte tem o objetivo de examinar os fundamentos legais de uma transação. É uma etapa que envolve as áreas que incluem estrutura legal, contratos, empréstimos, propriedade e litígios pendentes.

Todas as informações obtidas nos parágrafos anteriores deste artigo geram dados, e dados são informações valiosas, inclusive legalmente falando. Quando se faz uma análise deles, muitos aspectos que, de outra maneira, poderiam passar batidos ou simplesmente ser ignorados, agora podem induzir ações importantes e com muito ganho embarcado, principalmente em cada tomada de decisão, que passa a ser feita considerando o resultado de todo o processo.

Desafios relacionados a Due Diligence

A aplicação de Due Diligence em processos da empresa é um esforço diretamente conectado à sua capacidade de investir em soluções tecnológicas. Portanto, é natural concluir que os maiores desafios estão ligados ao acesso a essas soluções.

O pilar do conceito está na disponibilidade de informação confiável — sobre o seu negócio e de parceiros. O maior desafio está na estruturação de um sistema integrado que conte com as tecnologias certas para ampliar sua visão estratégica de mercado.

Já comentamos sobre esses termos, mas vale a pena reforçar: Inteligência Artificial, Machine Learning, Business Intelligence, Big Data etc., são soluções encontradas em plataformas e serviços digitais que, quando implementadas em uma unidade coerente dentro da empresa, tornam-se a base de todo planejamento para o futuro.

São a chave para este grande desafio: ir além de informações superficiais sobre gestão e operação de negócios, podendo contar com relatórios financeiros e administrativos que demonstrem de verdade o potencial de crescimento de uma empresa e suas possíveis aquisições.

Superar essas barreiras é cada vez mais simples. Com as ferramentas certas, negócios de todos os tamanhos têm acesso a informações relevantes e interconectadas, com suporte de inteligência automatizada para segmentar e gerar relatórios mais ricos do que seria possível até para as gigantes há 30, 40 anos.

Principais aplicações da Due Diligence

Como dito neste artigo, a Due Diligence pode ser aplicada em distintas áreas de diferentes empresas. Para explicar melhor cada aplicação, separamos abaixo as mais comuns. Confira!

Financeiro

A aplicação da Due Diligence na área financeira consiste em uma análise profunda dos controles financeiros da empresa, assim como de relatórios gerenciais, orçamento empresarial e projeções para o negócio.

Legal

No âmbito legal, a Due Diligence tem muita relação com o compliance. Cabe a ela identificar se a atuação da empresa está ou não em conformidade com a legislação, normas e regulamentações sob as quais ela deve atuar. Ou seja, é uma aplicação voltada às seguranças ética e jurídica.

Fiscal e Tributário

Do ponto de vista fiscal e tributário, a Due Diligence avalia documentos e processos relacionados ao recolhimento de impostos e coisas do gênero, com o intuito de identificar falhas e apontar melhorias para o cumprimento das obrigações tributárias da empresa.

Importância da Due Diligence Preventiva

No começo deste artigo, citamos a importância em se fazer Due Diligence recorrentemente nas empresas, e não apenas em situações específicas que praticamente exigem esse tipo de ação.

O nome que se dá a isso é Due Diligence Preventiva, e nada mais é do que uma Due Diligence feita para avaliar constantemente e com profundidade a real situação de uma empresa, evitando suposições frágeis e pouco embasadas para decisões do dia a dia, isto é, não apenas em grandes movimentações comerciais.

Processo para fazer a Due Diligence

Para realizar adequadamente o processo de Due Diligence, antes de qualquer coisa, é preciso definir a motivação, podendo ser preventiva ou por alguma grande movimentação da empresa.

Feito isso, começa a parte prática. É preciso definir o time que ficará responsável por ela. Quanto mais multidisciplinar for esse time, melhor. No entanto, é essencial que ela tenha profissionais das áreas de controladoria, contabilidade, jurídica, recursos humanos e tributária.

A partir disso, é preciso começar a estruturar a coleta profunda de informações em todas as áreas da empresa citadas anteriormente, sendo a definição de um questionário a ser respondido uma ótima estratégia.

Por ser um processo complexo, é recomendável que se procure empresas e profissionais especializados nesse tipo de trabalho. Além de mais experientes, eficientes e ágeis, essas empresas costumam firmar acordos de confidencialidade e ser mais isentas na avaliação de cada documento.

De qualquer forma, tendo sido realizada internamente ou por uma equipe contratada, após a análise de todos os documentos e informações, a equipe designada avaliará o que foi reunido e identificará os pontos positivos e negativos da empresa. Assim, riscos serão informados e as oportunidades serão mais conhecidas.

Assim, podemos concluir que a Due Diligence é muito importante em processos de fusão e aquisição, mas não apenas isso. É um conceito cada vez mais utilizado como suporte estratégico para avaliação de caminhos dentro do mercado.

Se você adiciona à rotina uma gestão baseada em dados, o monitoramento de indicadores, o acompanhamento de compliance e o controle de gastos, você ganha uma das grandes vantagens competitivas da era digital: a eficiência inteligente de negócio.

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Escrito por

Jornalista responsável pela produção de conteúdo da ClearSale, é graduado pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduado em Comunicação Multimídia pela FAAP. Tem 10 anos de experiência em redação e edição de reportagens, tendo participado da cobertura dos principais acontecimentos do Brasil e do mundo. Renovado após seis meses de estudo e vivência no Canadá, aplica agora seus conhecimentos às necessidades do mundo corporativo na era do Big Data.

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