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Fraude de seguro: veja como evitar e quais medidas tomar
Assim como acontece em praticamente todos os setores de negócios no Brasil, o de seguros é um que também sofre constantemente com diversos prejuízos causados pela fraude. Além das perdas diretas, o crime também tem reflexo em outros indicadores, já que incide, inclusive, na precificação das apólices, que ficam mais caras quando a fraude de seguro não está controlada.
Apesar de comum, atualmente, existem diversos recursos que auxiliam na prevenção deste tipo de crime. Quer entender mais sobre o assunto e saber o que você pode fazer para evitar a fraude de seguros? Então, continue a leitura!
O que é fraude de seguro
A fraude de seguro é qualquer tentativa por parte do assegurado em obter benefícios financeiros ou de qualquer outra natureza ao fornecer informações falsas sobre uma situação que implique no acionamento do serviço.
Para que você entenda melhor, vamos dar um exemplo. Você já ouviu alguém dizendo que tem vontade de deixar o carro aberto para que seja propositalmente roubado e então essa pessoa possa receber o dinheiro pago pela seguradora, que equivale ao valor de tabela do carro? Então, essa é considerada uma fraude de seguro.
Apesar do exemplo, é importante entender que quando falamos em fraude, embora muito se pense nos grandes golpes de pessoas forjando incidentes e alterando responsabilidades para grandes vantagens, a verdade é que boa parte dessas tentativas são sutis e exigem preparo e suporte tecnológico por parte de profissionais para que sejam identificadas.
Entre os procedimentos que caracterizam fraude de seguros podemos listar: incluir reparos não relacionados ao sinistro, omitir informações relevantes para o cálculo de indenizações, tentar fornecer dados sobre valores de produtos segurados acima do valor real, entre outros.
Em todos esses casos, a seguradora, quando identifica a tentativa, pode utilizar da cláusula de boa fé em contrato para anular o procedimento ou até mesmo acionar a polícia.
Qual é o impacto da fraude de seguro nas finanças das seguradoras
Em sua última atualização, o relatório do Sistema de Quantificação de Fraudes (SQF), nome dado ao banco de dados da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras), mostra que foram mais de R$ 608 milhões em fraudes comprovadas no setor em 2019.
Isso quer dizer que todo esse montante das indenizações pagas pelas seguradoras foram, na verdade, fraudes. Ainda de acordo com o relatório, os sinistros ocorridos em 2019 somaram aproximadamente R$32 bilhões. Deste total, R$4,7 bilhões foram considerados suspeitos, o que corresponde a 14,6% do valor total.
Apesar de não termos dados mais atualizados sobre o setor, é possível imaginar que a fraude de seguros ainda é um problema grave e recorrente.
Quais são os desafios no combate às fraudes de seguro
Pelo fato de o seguro ser a principal fonte de faturamento de muitas empresas, a fraude de seguros acaba tendo esse impacto direto em seus desempenhos. Veja quais são os desafios enfrentados por quem trabalha com isso rotineiramente.
Dificuldade na projeção de investimentos
Quando a fraude não é identificada antes do pagamento dos valores determinados no contrato, há uma evasão de caixa da empresa que pode prejudicar uma análise mais objetiva sobre seu faturamento.
Isso significa um descompasso financeiro prejudicial principalmente para a projeção de investimentos e crescimento no futuro.
Custos associados a fraudes
Dependendo da forma como a empresa aborda a identificação e solução de fraudes, o próprio ato de combatê-las pode se tornar oneroso em recursos.
É um desafio que vem apontando cada vez mais a importância de investir em tecnologia para dar eficiência e agilidade a esses processos, diminuindo ao máximo os custos relacionados com a investigação de sinistros.
Necessidade de inteligência de negócio
Essa mesma tecnologia pode atuar em uma nova forma de identificar fraude de seguro, utilizando a chamada inteligência de negócio.
É um conceito que coloca a informação como centro da análise, buscando padrões e pistas em cada evento, comparando com casos anteriores, para apontar anomalias nessa relação o mais rápido possível.
Quais são as fraudes mais comuns em seguros
As diferentes fraudes em seguros costumam ter um objetivo comum, que está ligado ao recebimento indevido das indenizações das apólices. Para conseguir isso, os fraudadores têm tentado se aprimorar ao longo dos anos, mas, basicamente, os tipos mais de comum de fraudes de seguros são as listadas abaixo.
Seguro de carro
A fraude de seguro automotivo é uma das que mais causa prejuízos ao setor de seguros no Brasil. Fatores como tamanho e idade da frota de veículos no Brasil contribuem para isso.
Ao contrário do que muitos pensam, a fraude de seguro automotivo não acontece apenas por causa da indenização paga pela seguradora, mas também na inversão de responsabilidade em um acidente ou no reparo de danos que nada tiveram a ver com o sinistro em questão, por exemplo. Embora nem todos saibam, estes ‘pequenos desvios’ são, sim, fraudes que podem prejudicar o setor significativamente.
Seguro de vida
Embora não aconteça na mesma proporção que no caso dos automóveis, a fraude de seguro de vida não é um evento raro. Muitas vezes, as indenizações não acontecem apenas por morte ou invalidez do segurado, mas também na ocorrência de doenças graves, como o câncer, por exemplo.
Infelizmente, existem, inclusive, casos de assassinatos que foram motivados pela indenização do seguro de vida da vítima, no que, obviamente, deve ser tratado como um caso muito mais grave.
Acidente de trabalho
A fraude em acidentes de trabalho acontece, basicamente, quando funcionários de uma empresa forjam um acidente relacionado ao trabalho para receber indenizações já previstas no escopo da empresa, ou até mesmo para acioná-la judicialmente para exigir este tipo de pagamento.
Muitas vezes, esses acidentes forjados ‘acontecem’ no trajeto de ida ou volta do trabalho, pois são momentos nos quais a empresa, em tese, não tem como comprovar a veracidade ou não dos fatos.
Seguro de pequenos valores
Não é por que o valor do produto segurado é pequeno que as fraudes não acontecem com frequência. Pelo contrário, a popularização desse tipo de seguro mais flexível se tornou bastante comum também as tentativas de fraude.
Neste caso, o autor roubo e a danificação proposital do produto são os métodos que mais acontecem. O objetivo do fraudador é receber um modelo novo ou uma indenização por uma mercadoria que talvez não quisessem mais.
Como evitar fraude de seguro
Mesmo que seja muito difícil evitar 100% das fraudes de seguro, o preparo e as ferramentas certas no setor podem mitigar esse risco consideravelmente, dando mais tranquilidade e eficiência para o trabalho no setor.
Veja, então, algumas práticas importantes para evitar esse tipo de fraude na rotina da sua empresa.
Invista em conhecer seu cliente
Como já citamos no texto, a informação é a chave para o sucesso e para evitar qualquer tipo de risco associado a fraudes de seguro.
Portanto, vale sempre investir em pesquisas e coleta de dados sobre quem é o seu cliente. Além de idade, classe e condições financeiras, analise também hábitos de consumo, padrões de comportamento e tipo de relacionamento médio com o seguro.
Com esse estudo em mãos, você consegue entender os fatores que levam alguns desses consumidores a tentarem fraudar o contrato e antecipa esse tipo de movimento identificando sinais claros dentro do próprio sinistro.
Capacite a equipe
Além de ter um sistema de dados capaz de identificar padrões de fraude, é importante também para a empresa treinar seus profissionais para esse tipo de análise.
Eles podem não apenas notar os sinais com mais agilidade durante o processo como ter melhor noção das regras de compliance do negócio, sabendo quando agir no sentido de solicitar revisões do sinistro ou até quando é hora de acionar os órgãos responsáveis.
Fique de olho nos indicadores
Indicadores de performance são métricas que monitoram a evolução de determinados números dentro de determinados contextos.
No caso, é importante manter indicadores relacionados a fraudes, como número de sinistros suspeitos, tipos mais comuns de fraude na sua realidade e até dados de mercado geral relacionados ao desempenho individual da sua empresa.
Isso ajuda a identificar mudanças no padrão de fraudes, tipos que estão se tornando mais comuns e até mudanças no comportamento do seu público-alvo. Assim, é possível agir para reduzir os riscos de acordo com sua relevância.
Utilize tecnologia
O Brasil é um país onde a fraude é agressiva e sofisticada, o que traz a necessidade de um bom trabalho antifraude por parte das empresas. No mercado de seguros, isso não é diferente. É preciso usar tecnologia precisa e escalável para manter o negócio sem as brechas de segurança que costumam seduzir os fraudadores.
As seguradoras têm investido, cada vez mais, em soluções tecnológicas que permitem a aplicação de modelos estatísticos e uso de dados para identificar padrões e tomar decisões em prol da segurança contra fraudes.
Dessa forma, as empresas conseguem fazer toda a checagem de dados cadastrais e das respostas das perguntas feitas antes do fechamento da apólice de maneira mais rápida, escalável e com mais segurança. Além disso, também é possível conhecer o comportamento dos bons e maus consumidores e checar a veracidade das ocorrências de sinistros.
No entanto, vale aqui uma ressalva: não importa o quão boa é a gestão interna de fraude de uma empresa, ela só enxergará um pequeno pedaço do ecossistema que envolve o problema. A visão de um gestor interno se limita às fraudes sofridas pela empresa e não enxerga fraudes que ocorreram em outros players do mercado. Esta limitação resulta na impossibilidade de prever novos ataques e na dificuldade de controlar a fraude de seguro em um negócio.
O que é o Open Insurance
Para concluir essa discussão sobre tecnologia no combate a fraude de seguro, precisamos falar sobre o Open Insurance, uma promessa de integração e inteligência para o setor dentro do conceito de Open Banking.
Open Insurance é um projeto de integração em um ecossistema de informações relacionadas a seguros em toda essa área do mercado, com troca de informações livres entre diferentes instituições públicas e privadas.
A ideia é fomentar a integração de dados para que permita qualquer negócio no setor ter, além de suas próprias informações, acesso a um volume muito maior delas disponível no mercado.
O foco principal neste primeiro momento é o desenvolvimento de serviços ainda mais atrativos para consumidores e a flexibilização desses produtos de acordo com informações personalizadas de cada consumidor.
No entanto, o Open Insurance também será importante para conhecer mais a fundo hábitos e dados financeiros sobre cada um deles. Essa rede de conhecimento, aliada à tecnologia, dará muito mais insumos para que cada empresa analise cada sinistro de maneira mais abrangente, identificando com mais facilidade qualquer comportamento anômalo durante o processo.
Nesse sentido, podemos dizer que a tecnologia vai continuar sendo fundamental para combater fraude de seguro. Quem entende essa importância e investe o quanto antes tem o que precisa para superar esse desafio.
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