O WhatsApp anunciou recentemente mais uma funcionalidade em seu aplicativo. Trata-se da introdução da possibilidade de pagamento na própria plataforma. Esse recurso promete trazer a praticidade de simplificar a rotina de pessoas e empresas, agilizando o processo de vendas e viabilizando maiores lucros.
Por outro lado, é essencial atentar para essa nova função, principalmente em decorrência dos altos riscos de fraudes e estelionatos cometidos diariamente na internet e em plataformas digitais. Essas ameaças podem ser fatais para a continuidade dos seus negócios. Mas, afinal, como esse novo método de pagamento mobile pode ser feito na prática? Quais são os riscos e as vantagens?
Neste post, você vai conhecer todas as informações sobre como funciona o pagamento pelo WhatsApp. Também vai entender como ativar essa funcionalidade, como se proteger das ameaças e como aproveitar melhor esse recurso para vender mais. Então, continue a leitura!
O WhatsApp Pay é um novo método de transferência de valores que está disponível para todos os usuários que possuem uma conta cadastrada no WhatsApp. Trata-se de mais um recurso que possibilita a realização de transações financeiras, sejam elas transferências ou pagamentos. Por meio dessa função, será possível enviar e receber dinheiro de qualquer pessoa, a qualquer hora e lugar.
A funcionalidade foi devidamente aprovada pelo Banco Central em 30 de março de 2021 para as transações de cartões de crédito com as bandeiras Visa e Mastercard. É um marco importante, uma vez que grande parte das operações financeiras no país é efetuada por meio desses métodos. O Brasil é o segundo país a adotar esse tipo de serviço, ficando atrás da Índia, que foi o primeiro lugar a receber esse modelo de pagamentos.
É relevante saber que, por enquanto, apenas as transações envolvendo a função débito estão aptas e podem ser feitas por meio do Facebook Pay, a ferramenta de pagamento da empresa Google, que também é proprietária do aplicativo WhatsApp. Nesse sentido, é necessário ter um cartão de débito para fazer uso do serviço de pagamentos por meio do WhatsApp.
O lado positivo é que o aplicativo não cobra taxa de serviços para os usuários nem para a realização de transferências por meio de cartão de crédito ou cartão de débito. O histórico de pagamentos efetuados pode ser consultado rapidamente e a qualquer momento no próprio aplicativo. Para isso, você deve acessar a seção "Pagamentos" e clicar na aba "Ajustes", localizada no menu de configurações do aplicativo.
Os usuários que fazem uso apenas de contas pessoais no WhatsApp terão direito a transações financeiras no limite de R$ 1 mil por vez. E podem ser feitas até 20 operações. Contudo, o limite total de valor não pode ser maior que R$ 5 mil por mês. A vantagem é que o aplicativo não cobra nenhuma taxa referente às transferências entre as contas pessoais. No entanto, pode acontecer cobrança de tarifas de utilização entre os bancos.
As operações são discriminadas no extrato com a sigla FBPAY *WA ou FBPAY -WA e com o nome de quem recebeu o dinheiro. Além disso, você pode acompanhar o status das transações e o histórico de pagamentos feitos pelo WhatsApp. O sistema identifica o status da operação, por meio das seguintes mensagens: solicitado, processando, pendente, efetuado, não efetuado e expirado.
Para fazer transferências e pagamentos, o usuário deverá configurar o cartão de débito com a bandeira Visa ou Mastercard — marcas parceiras do Facebook Pay. O serviço, por sua vez, está sendo liberado gradualmente para os usuários ao longo do ano de 2021.
Quem já tem a funcionalidade ativada pode convidar familiares e amigos na lista de contatos, desde que eles também sejam titulares de cartões com a bandeira Visa ou Mastercard. Além disso, os bancos e demais instituições financeiras têm a possibilidade de convidar os clientes para efetuarem o cadastro e utilizarem esse novo sistema de pagamentos.
A primeira coisa a ser feita é ativar o recurso de pagamentos do WhatsApp. Por isso, você deve atualizar o aplicativo para a última versão disponibilizada pelo desenvolvedor, que já vai conter a funcionalidade de pagamentos disponível para uso. Caso a nova versão esteja disponível em seu celular, selecione a opção “atualizar” e, pronto, a função deverá aparecer automaticamente assim que você clicar na aba “configurações” dentro do aplicativo do WhatsApp.
Se a opção de realização de pagamentos ainda não estiver aparecendo na plataforma, pode ser que a sua linha ainda não esteja no lote liberado para fazer uso dessa função. Mas, não se preocupe: nesses casos, é possível solicitar a liberação para outra pessoa que já tenha essa funcionalidade disponível. Para isso, ela deve enviar qualquer valor em dinheiro, até mesmo R$ 1, pelo aplicativo para você.
Vai aparecer uma notificação na tela do seu aplicativo noticiando sobre a transferência e você deverá clicar na aba de “aceitar”. Então, vai configurar um cartão de uma das empresas parceiras do Facebook e criar uma senha de 6 caracteres. As informações ficarão salvas para as próximas transações. A partir daí, o seu sistema será ativado automaticamente e você poderá usar a sua conta.
Para conseguir concluir as transações financeiras, você deverá cadastrar um cartão de débito ou cartão pré-pago com a bandeira de uma das empresas parceiras do Facebook Pay. Por enquanto, os cartões que estão autorizados para o cadastro são os que pertencem aos seguintes bancos:
A expectativa é de que o Facebook Pay libere mais cartões ao longo dos meses, a depender de como as coisas forem se desenrolando. De qualquer forma, é necessário ser maior de idade para poder realizar as transações.
Para começar a fazer uso do WhatsApp Pay, você precisa configurar o seu telefone pelo WhatsApp. A primeira coisa é clicar na opção que se assemelha a um papel, com o sinal de “soma” (+) no local de digitação. Ali, você vai ver as opções de documentos, fotos e vídeos, compartilhar localização e também vai aparecer a opção de “pagamentos”. É só clicar e digitar o valor que você quer transferir para o destinatário.
Depois, é só escolher a forma de pagamento. Para isso, será aberta uma aba do Facebook Pay para trazer todos os termos de uso. Você deve ler e concordar com o documento e, depois, cadastrar uma senha PIN. É como se fosse uma espécie de assinatura eletrônica, de biometria ou de leitura facial para o Facebook Pay, variando conforme o aparelho escolhido.
Depois de criar o PIN, você vai incluir os seus dados pessoais, como nome completo, número de identidade e CPF, além das informações do cartão de débito de emissão de um dos bancos parceiros do Facebook. Depois que cadastrar o cartão, o sistema fará a verificação de sua validade. Então, será enviada uma mensagem contendo um código para o celular do usuário, por SMS, via e-mail ou pelo próprio app do banco.
Depois de confirmar e verificar a veracidade das informações, o sistema já estará liberado para o uso. Você poderá realizar transferências e efetuar pagamentos para seus amigos, familiares ou clientes.
Como dito, os usuários terão a possibilidade de enviar o limite de R$ 1 mil por transação. É possível efetuar 20 pagamentos ou transferências por dia. No entanto, há um limite mensal de R$ 5 mil. Ao chegar a esse valor, o sistema não aceitará novos pagamentos. De qualquer forma, o seu banco pode determinar um limite menor por questões de segurança, caso seja necessário.
O WhatsApp Pay está liberado para transferências e pagamentos realizados dentro do Brasil e na moeda Real (R$). No entanto, há planos para que o serviço se expanda cada vez mais. Somente pessoas físicas usuárias do aplicativo poderão fazer uso do WhatsApp Pay por enquanto. Porém, a própria empresa já confirmou a expansão para a opção de realizar pagamentos a pessoas jurídicas, mesmo que ainda não haja datas.
Vale ressaltar que não é necessário salvar o contato do destinatário para receber ou enviar pagamentos. Basta adicionar o número desejado, normalmente. De qualquer forma, há a opção de bloquear ou adicionar o contato do remetente de números desconhecidos.
As informações referentes aos pagamentos são repassadas aos bancos e às instituições financeiras. Nesse sentido, as transações não são protegidas com mecanismos de criptografia de ponta-a-ponta. Mas, a empresa desenvolvedora garante a segurança dos dados, uma vez que eles são armazenados em uma rede segura.
De qualquer forma, os servidores do aplicativo e o celular do usuário contêm esses mecanismos criptográficos de segurança. Além disso, como forma de aumentar ainda mais a proteção, o WhatsApp Pay exige um código de confirmação, o PIN do Facebook Pay e outros códigos de verificação da transação, como mais uma fonte de segurança.
A autenticação em dois fatores também pode ser ativada, bem como o reconhecimento facial e biométrico ao abrir o aplicativo. O iniciador de pagamentos é uma instituição que possibilita serviços de compra e venda e a movimentação de valores sem a concessão de empréstimos e financiamentos. Assim, os clientes podem realizar pagamentos independentemente de terem vínculo com bancos e demais instituições financeiras ou não.
Após uma solicitação do cliente, o sistema pode efetuar uma ordem de transação e movimentar quantias de uma conta de um usuário para outra conta a pedido do cliente. Entretanto, não é possível “manusear” os valores que estão sendo movimentados. Porém, o WhatsApp não terá nenhum acesso aos valores que estão no banco — ele apenas solicita ao banco para que este execute uma ordem a pedido do cliente que quer efetivar a transferência dentro do aplicativo.
Você já viu que o serviço de pagamentos tem proteção de várias camadas de segurança, como é o caso do próprio PIN do Facebook Pay, biometria, reconhecimento facial de dispositivos compatíveis etc. No entanto, os maiores princípios de segurança do sistema são:
Em relação à segurança, é relevante pensar que, depois do lançamento de uma funcionalidade tão prática, cada vez mais usuários vão surgir. Mas, junto deles, pode ser que as tentativas de golpe também apareçam e até aumentem sua incidência. Por isso, o Facebook já vem pensando em mais formas de proteger os dados de hackers e outros cibercriminosos.
Contudo, em vez de esperar unicamente pelos recursos e soluções de proteção da empresa desenvolvedora, você já pode fazer sua parte tomando alguns cuidados ao efetuar qualquer pagamento pelo WhatsApp. Por exemplo, nunca compartilhe suas informações bancárias pelas conversas no aplicativo — seus dados estarão seguros apenas na funcionalidade de pagamento.
Outro ponto de atenção também está nas conversas com seus contatos: se algum amigo ou familiar próximo pedir a você alguma quantia de dinheiro emprestada, sobretudo de um jeito inesperado, é bom desconfiar e não levar o diálogo adiante. Isso porque a conta dessa pessoa pode ter sido clonada, logo, faça uma ligação (melhor ainda se for uma videochamada) e confirme se seu contato está realmente pedindo ajuda. E, por falar em roubo de senhas e contas clonadas, ative a verificação em duas etapas do seu WhatsApp.
Como em todo sistema que envolve transações financeiras, há riscos de invasão. Mesmo com tantos mecanismos de proteção no mercado antifraude, os criminosos estão cada vez mais evoluídos e praticando golpes inteligentes. Portanto, são necessárias ferramentas cada vez mais modernas para conseguir coibir e evitar esses ataques fraudulentos.
Mesmo que o criminoso instale uma conta de WhatsApp em outros dispositivos, será solicitada uma senha PIN do Facebook Pay ou a biometria para que ele tenha acesso às informações e possa efetuar transações. Caso contrário, ele não poderá fazer pagamentos.
Também é importante mencionar que, se a conta do WhatsApp for instalada em outro smartphone, todas as informações referentes aos pagamentos serão redefinidas automaticamente. Essa medida, claro, evita o acesso dos dados por golpistas, uma vez que não haverá nada salvo após a nova instalação do app.
De qualquer forma, os próprios usuários devem ter cautela e não compartilhar a sua senha PIN com terceiros. Isso porque não são raros os casos em que criminosos ludibriam as vítimas para que elas forneçam a senha PIN que foi enviada para o aparelho — algo que também merece atenção quando o assunto é fraude no e-commerce.
Mais uma forma de garantir a proteção dos usuários é o fato de que eles devem redefinir sua conta após uma invasão suspeita ou de tentativas de clonagem. Sendo assim, a conta do Facebook Pay é apagada automaticamente e o usuário deverá se inscrever mais uma vez. De qualquer forma, os usuários podem entrar em contato com a equipe de suporte no próprio aplicativo, por meio da opção Configurações, Ajuda e Fale conosco.
O WhatsApp Pay alerta que não há a possibilidade de reverter a transação financeira em casos de fraudes de identidade realizadas por cibercriminosos. O mesmo vale caso o usuário tenha inserido informações equivocadas e feito a transferência sem querer, por engano, para uma terceira pessoa desconhecida.
A empresa não tem a capacidade de reaver a quantia transferida pelo fato de ser apenas um iniciador de pagamentos. Nesse sentido, será necessário entrar em contato com o destinatário dos valores para tentar receber o valor de volta por meio de devolução. Mas já existem planos para mudar essa logística e garantir a possibilidade de devolução dos valores enviados de modo equivocado.
Além do mais, as transferências de pagamento pelo WhatsApp estão disponíveis para serem realizadas 24 horas, durante 7 dias por semana. Os valores costumam cair em até um ou dois dias na conta, a depender do banco e da quantia enviada. Mas o WhatsApp divulgou que há a intenção de fazer a integração entre o WhatsApp Pay e o Pix — o que pode facilitar e agilizar as transferências.
O uso do serviço de transferência pelo WhatsApp Pay não tem nenhum custo para os usuários considerados pessoas físicas. No entanto, ainda não é garantido se o serviço cobrará taxas para pessoas jurídicas — que atuam com CNPJ. Isso significa que é possível efetuar pagamento pelo WhatsApp de maneira gratuita. De qualquer forma, é importante verificar se o seu banco ou instituição financeira cobra algum valor relativo às transações pelo aplicativo.
Como foi falado, o serviço do WhatsApp Pay é liberado para usuários do aplicativo que cadastrarem como meios de pagamento os cartões de débito, cartões pré-pagos ou os cartões combo, que fornecem a opção de débito e crédito em um só. Lembre-se de que, por enquanto, os cartões de crédito ainda não são aceitos.
Sim, existem. Além do Banco Central, os movimentos do WhatsApp Pay são acompanhados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), por exemplo. Ele foi, inclusive, um dos responsáveis pela liberação do recurso no Brasil para testes.
Esse tipo de regulamentação e acompanhamento é necessário, visto que o aplicativo funciona como um iniciador de pagamentos. Ou seja, trata-se de uma instituição de pagamentos (IP), que apenas viabiliza os serviços de compra, venda e movimentação de recursos. Outros serviços como financiamentos e empréstimos não podem acontecer.
Junto do Cade, também há ações regulamentadoras por parte do Ministério Público Federal (MPF), da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPAD) e da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
As entidades acima recomendaram que a nova política de privacidade do WhatsApp fosse adiada no início de 2021, bem como que não houvesse restrições de acesso ao app para aqueles usuários que não aderissem à política. O foco seria a ampliação da transparência das informações, simplificando os canais de acesso para que os usuários pudessem exercer seus direitos.
O motivo dessa situação é que o aplicativo informou em suas novas políticas o compartilhamento de mensagens com as empresas parceiras e empresas do próprio grupo — Facebook, Instagram etc. Os órgãos mencionados aqui atuaram e atuam na tentativa de proteger os direitos dos brasileiros que utilizam o WhatsApp.
E o que isso tem a ver com pagamento pelo WhatsApp? Bem, acontece que a polêmica de tais compartilhamentos de dados girou, sobretudo, em torno de informações de transações financeiras, além do envio de dados para as empresas do grupo Facebook com finalidades para marketing, por exemplo.
A integração das plataformas nos processos de pagamentos foram pensadas para permitir a conexão da conta do usuário do WhatsApp com o Facebook Pay, e isso gerou discussões em solo brasileiro. Afinal, a empresa desenvolvedora não havia explicado claramente em suas novas políticas como faria a integração e o compartilhamento de dados.
Mais um aspecto relevante nessa intervenção das entidades é que a nova política não ofereceria escolha ao usuário. Ou a pessoa aceita os novos termos para continuar a utilizar o app, ou não usa mais o recurso no dia a dia — algo que impacta a vida de 120 milhões de usuários, correspondendo a 60% da população brasileira.
Ainda que existam possíveis riscos, o pagamento pelo WhatsApp é uma facilidade na rotina de pessoas e empresas. Hoje, o mercado tem atuado na gestão de regulações e normas, como no caso de RegTechs, para que as fraudes e outros contratempos sejam combatidos. Portanto, vale a pena usufruir das funcionalidades que surgem com a internet, mas é preciso continuar se cuidando e buscando os caminhos mais seguros para sua utilização.
Então, quer saber como proteger os negócios da sua empresa e reduzir os riscos de fraudes? Siga a ClearSale nas redes sociais e fique por dentro das próximas publicações: estamos no Instagram, Facebook e LinkedIn!