4/08/2021 • 8 min. de leitura

Threat Intelligence: o que você precisa saber

Conhecer e aplicar o conceito de Threat Intelligence pode ser a diferença entre ter ou não prejuízos com as ameaças do mundo cibernético.

 

Um estudo recente da ClearSale sobre Mapa da Fraude mostra que muito se engana quem pensa que os crimes cibernéticos são cometidos por pessoas isoladas, em silêncio, na calada da noite. Os crimes virtuais, como a fraude, são complexos e sofisticados, e acontecem a qualquer dia e horário, muitas vezes cometidos por quadrilhas com profissionais altamente qualificados e conhecedores da tecnologia.

Ao longo dos tempos, criminosos criaram redes de informação para compartilhar brechas em sistemas de segurança das empresas. Dessa maneira, grandes ataques passaram a ser mais comuns, fazendo com que empresas que negligenciam o trabalho de combate às ameaças sofram com prejuízos cada vez mais severos.

Com isso, surgiu o conceito de Threat Intelligence, que pode ser um grande aliado das empresas no combate aos crimes cibernéticos e as suas respectivas redes de informação e inovação. Acompanhe o artigo que preparamos e fique por dentro das principais questões a respeito do assunto. Boa leitura!

O que é a Threat Intelligence?

Na tradução literal do inglês, o termo significa “inteligência de ameaças”. A ideia do conceito é englobar tudo o que envolve medidas necessárias para a prevenção de ataques cibernéticos e para mitigar os efeitos causados por eles em uma organização, como o estudo e o desenvolvimento de conhecimento e ferramentas, por exemplo. É uma espécie de plataforma de inteligência contra ameaças.

Threat Intelligence usa conhecimento com base na evidência, incluindo contextos, mecanismos, indicadores, conselhos e implicações sobre os riscos existentes ou emergentes. Ela é baseada em uma espécie de efeito de rede do bem, com compartilhamento constante de informações e experiências que ajudem na prevenção, detecção e solução de problemas relativos aos ataques de crackers, fraudadores e outros tipos de criminosos da internet.

O principal objetivo da técnica é profissionalizar a coleta e a análise de informações que podem balizar decisões táticas e estratégicas para lidar com as ameaças. Além de permitir tomar decisões de segurança apoiadas em dados de forma mais ágil, bem como alterar seu comportamento de reativo para proativo no enfrentamento contra os agentes da ameaça.

Para isso, há de se considerar, obviamente, as especificidades de cada modelo de negócio e suas respectivas ameaças, mas sem nunca perder de vista que uma ameaça, ainda que pareça distante, jamais deve ser desprezada.

Como aplicá-la?

Em geral, podemos dizer que o modo de atuação da segurança da informação tem sido pautado, nos últimos anos, na prevenção de fraudes, na utilização de tecnologias e na aplicação das melhores práticas para defesa das organizações. Porém, com o objetivo de desenvolver mecanismos de defesa eficazes e reduzir os riscos que podem afetar os resultados financeiros e a reputação das empresas, o Threat Intelligence tem como base outras vertentes de segurança.

Existem, basicamente, dois níveis de aplicação da Threat Intelligence. Um deles é o tático operacional, que funciona para alimentar a inteligência de máquinas que operam as soluções voltadas à segurança, como as usadas para aplicar soluções antifraude, por exemplo.

O outro nível de aplicação é o estratégico. Nele, há o estudo e o desenvolvimento de conhecimento e ferramentas voltadas à qualificação de profissionais que atuarão diretamente no combate às ameaças cibernéticas dentro das empresas. Nesse nível, discute-se objetivos, técnicas, ferramentas, procedimentos. O tipo de informação analisada é de mais alto nível, focando em comportamento.

Em termos práticos, o tático operacional muda com mais regularidade do que o estratégico, uma vez que se altera uma infraestrutura de ataque, domínio ou servidor, mas não seu modo de operação.

Em todos os níveis, a Threat Intelligence é direcionada para ações de prevenção, detecção, resposta rápida a incidentes, tomada de decisão, análise de indicadores, entre outras.

Por que a Threat Intelligence é tão importante para as empresas?

No mundo da cibersegurança, os criminosos estão constantemente tentando se superar, estando cada vez mais organizados e realizando ações mais sofisticadas e difíceis de serem identificadas em tempo hábil para interceder com ações paliativas.

Portanto, as informações sobre o próximo movimento de um agente de ameaça são cruciais para adaptar proativamente suas defesas e prevenir ataques futuros. Diante disso, as organizações estão reconhecendo cada vez mais o valor da Threat Intelligence.

Essa estratégia é importante para as empresas, sobretudo, pelos seguintes motivos:

  • esclarece as questões desconhecidas, permitindo que as equipes de segurança tomem melhores decisões;
  • capacita as partes interessadas da segurança cibernética, revelando motivos adversários e suas táticas, técnicas e procedimentos (TTPs);
  • auxilia os profissionais de segurança a entenderem melhor o processo de tomada de decisão do responsável pela ameaça;
  • prepara as partes interessadas do negócio, como conselhos executivos, CISOs, CIOs e CTOs, para investir com sabedoria, mitigar riscos, tornar-se mais eficiente e tomar decisões mais rápidas.

Ter um conceito de Threat Intelligence bem-aplicado é um passo muito importante para que as empresas e organizações possam estar sempre à frente dos criminosos cibernéticos. É por meio dela que muitas empresas se tornam parte do efeito de rede de informações que os protege e mantêm informados sobre riscos e ameaças de várias fontes, bem como sobre os meios de combater cada uma delas.

Ainda com base nos resultados de uma boa Threat Intelligence, as empresas conseguem se tornar mais proativas diante da simples possibilidade de estar no alvo das ameaças que se obtém conhecimento.

Portanto, de forma resumida, as empresas se mantêm um passo à frente com essa estratégia, garantindo a proteção dos dados e a segurança da informação. Dessa forma, pode-se evitar vazamentos e outros crimes cibernéticos, minimizando as chances de prejuízos financeiros e de reputação à empresa.

Qual o ciclo de vida da Threat Intelligence?

O ciclo de vida da inteligência contra ameaças cibernéticas é um processo para transformar dados brutos em inteligência para tomada de decisão e ação.

Existem diversas versões relativamente diferentes do ciclo de inteligência, mas o objetivo de todas é o mesmo: guiar uma equipe de segurança cibernética no desenvolvimento e na execução de um programa eficaz de inteligência contra ameaças.

O ciclo fornece uma estrutura que permite que as equipes otimizem seus recursos e respondam com eficácia ao cenário moderno de ameaças. Essa técnica consiste em seis etapas, resultando em um ciclo de feedback para encorajar a melhoria contínua. A seguir, confira como ele funciona!

1. Planejamento e direção

Nessa fase de planejamento e direção, a equipe definirá os objetivos e a metodologia de seu programa de inteligência com base nas necessidades das partes interessadas envolvidas. Isso envolve entender e articular:

  • quem são os atacantes e suas motivações;
  • qual é a área de ataque;
  • quais ações específicas devem ser tomadas para fortalecer suas defesas contra um ataque futuro.

Não se esqueça de priorizar os objetivos da Threat Intelligence baseado em fatores como o grau de adesão aos valores essenciais da sua empresa e o tamanho do impacto que terá a decisão.

2. Coleta

Uma vez definido o direcionamento, a equipe deve coletar dados brutos que atendam às exigências determinadas. Dependendo dos objetivos, é necessário buscar registros de tráfego, fontes de dados disponíveis publicamente, fóruns relevantes, mídias sociais e especialistas no setor ou no assunto.

Uma dica importante é automatizar a coleta e o processamento. Afinal, os analistas devem gastar menos tempo coletando dados, para, então, avaliar e comunicar informações sobre ameaças com mais cautela.

3. Processamento

Depois que os dados forem coletados, eles devem ser processados em um formato adequado para análise. Na maioria das vezes, isso envolve classificá-los, organizar pontos de dados em planilhas, descriptografar arquivos, traduzir informações de fontes estrangeiras e avaliar a relevância e confiabilidade dos dados.

4. Análise

A próxima fase é compreender os dados gerados. Depois que o conjunto de dados for processado, a equipe deve conduzir uma análise completa para buscar as respostas feitas na fase de direção, assim como pesquisar possíveis problemas de segurança. Durante a análise, a equipe também trabalha para decifrar o conjunto de dados em itens de ação e recomendações valiosas para as partes interessadas.

5. Disseminação

A fase de disseminação requer que a equipe de inteligência de ameaças interprete sua análise em um formato mais simples e apresente os resultados às partes interessadas. Portanto, para que a estratégia seja eficaz, ela precisa chegar às pessoas certas no momento ideal. Na maioria dos casos, as recomendações devem ser apresentadas de maneira concisa, sem confundir o jargão técnico.

6. Feedback

A fase final do ciclo envolve obter o feedback sobre o relatório fornecido para determinar se ajustes precisam ser realizados para futuras operações de inteligência de ameaças. Desse modo, depois de receber o resultado da estratégia finalizado, o solicitante o analisa e determina se suas questões foram respondidas. 

Como se proteger de ameaças cibernéticas?

Tão velozes quanto o desenvolvimento de novas tecnologias, os criminosos cibernéticos permanecem muito próximos, desenvolvendo e executando formas avançadas que desafiam até mesmo as equipes de segurança cibernética com mais conhecimento técnico.

Por isso, monitorar esses perigos é fundamental. Assim, é possível aproveitar a tecnologia para identificar e desarmar as ameaças cibernéticas antes que tenham a chance de causar danos reais aos consumidores e aos negócios.

Para se proteger com eficiência, é preciso combinar o melhor da tecnologia disponível para Threat Intelligence com profissionais especializados. Nesse sentido, destacam-se alguns mecanismos. Veja abaixo.

Leak Alert

Na tradução direta da língua inglesa, Leak Alert significa alerta de vazamento. Sua importância está ligada ao controle de dados sensíveis, tanto de pessoas quanto de organizações.

Um alerta de disseminação bem-desenvolvido pode fazer a diferença quando um vazamento de dados está prestes a acontecer, ou, ainda que já tenha acontecido, haja tempo hábil para ações que possam minimizar impactos e estancar o vazamento.

Takedown

O takedown (algo como derrubar, na tradução do inglês) diz respeito a eliminar as ameaças externas às organizações. Dentro do conceito de takedown estão ações como o monitoramento contínuo de clientes, colaboradores e parceiros, identificação de padrões de ataques que acontecem no mercado, entre outros. Tais ações permitem uma visão ampla dos fatores externos e permite que se elimine possíveis ameaças.

Como utilizar a Threat Intelligence a seu favor?

Como você pôde ver ao longo deste artigo, a Threat Intelligence é uma grande aliada na identificação de possíveis ameaças e na definição de ações que possam manter a segurança do seu negócio. Isso porque trata-se de um mecanismo de cibersegurança estratégico, que auxilia as empresas na obtenção de informações necessárias para proteger sua infraestrutura de TI e seus dados empresariais.

Mais que nunca, compartilhar conhecimento e colaborar para tornar o mercado mais seguro, ainda mais quando se combate um tipo de crime tão colaborativo e dinâmico, é uma atitude quase que mandatória para todas as organizações que buscam o crescimento sustentável de seus respectivos modelos de negócios.

Por fim, ter uma percepção correta do que o serviço pode oferecer é fundamental para que as empresas saibam aproveitar todas as vantagens da Threat Intelligence. Estamos falando de uma estratégia que deve ser contínua, para que as informações consideradas críticas possam ser enviadas com rapidez e as ações necessárias para combater essas ameaças sejam realizadas com sucesso.

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Escrito por

Jornalista responsável pela produção de conteúdo da ClearSale, é graduado pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduado em Comunicação Multimídia pela FAAP. Tem 10 anos de experiência em redação e edição de reportagens, tendo participado da cobertura dos principais acontecimentos do Brasil e do mundo. Renovado após seis meses de estudo e vivência no Canadá, aplica agora seus conhecimentos às necessidades do mundo corporativo na era do Big Data.

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